Enforcada com um cabo de áudio e vídeo da própria televisão, uma jovem de 18 anos foi encontrada morta na noite dessa terça-feira (15) no apartamento onde morava no bairro Estoril, na região Oeste de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil, que investiga o caso, ela seria garota de programa e teria recebido um cliente no dia anterior ao crime.
De acordo com a Polícia Militar, a última pessoa vista entrando no apartamento da jovem foi um homem de 21 anos, que informou que estaria a caminho de um programa na casa da vítima na última segunda-feira (14). Ele ficou no local por cerca de duas horas. Uma amiga da jovem, ao notar o sumiço dela, foi até o prédio e encontrou a porta do apartamento, no 5º andar, aberta. Lá, a vítima foi achada sentada no vaso sanitário do banheiro nua e com sinais de violência. Ela tinha escoriações nos ombros e nos punhos.
Ainda segundo a Polícia Militar, inicialmente, suspeitou-se que o caso seria suicídio, mas a perícia da Polícia Civil confirmou o homicídio após as diligências. A casa da mulher estava arrumada, sem sinal de arrombamento ou marcas visíveis de sangue. O Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) foi acionado e constatou-se que o corpo estava ali havia pelo menos um dia.
A amiga da vítima contou aos policiais que a garota era usuária de drogas e fazia uso de maconha e cocaína com frequência. O celular dela não foi encontrado no local. Apenas um chip foi recolhido para perícia.
Celular não estava no flat
No prédio onde fica o flat onde ela morava, funcionários informaram à reportagem que várias garotas de programa alugam apartamentos no local para trabalhar. Uma delas afirmou que nada do tipo nunca havia acontecido e disse que se preocupa com a sua própria segurança.
“Eu só queria que você escrevesse aí que os nossos clientes precisam entender que nós não somos propriedades deles. Eles não podem fazer com a gente o que quiserem”, afirmou a mulher, que não quis ser identificada. O síndico do conjunto não quis falar e deixou também a orientação para que os funcionários não dessem declarações à imprensa.
O celular da jovem de 18 anos não foi encontrado no local. Apenas um chip foi recolhido para perícia. Procurada, a mãe dela, que ficou responsável pela retirada do corpo no Instituto Médico Legal (IML), não retornou aos questionamentos da reportagem.
Investigação
A Polícia Civil já tem a identidade do principal suspeito e realiza as diligências de investigação. Até o momento, ninguém foi preso. A corporação informou que já abriu inquérito sobre o caso e pediu que qualquer informação seja repassada pelo telefone 181 por meio de denúncia anônima.
Atualizada às 10h41.