A morte misteriosa de um jovem de 26 anos, executado com mais de 20 tiros na noite desse domingo (26) no bairro Cardoso, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, deixou a família da vítima transtornada.
Segundo a dona de casa Márcia Ângela, de 57 anos, o filho, Flávio Gonçalves Xavier Júnior, teve a morte encomendada. "Ele tinha acabado de voltar da missa. Jantou, recebeu uma ligação e saiu. Foi a conta de ele bater a porta e começaram os tiros", contou.
Familiares não souberam informar de quem teria sido o telefonema que motivou a vítima a deixar o imóvel. "Ele não tinha atrito com ninguém, não brigava com ninguém. Todo mundo amava esse menino. O que fizeram foi muita covardia", lamentou a mãe do jovem.
Embora tenha se formado recentemente como técnico em radiologia, a vítima, segundo a irmã, tinha uma distribuidora de bebidas. O local era o "sonho realizado" do jovem. "Ele sempre quis ter o próprio negócio. Estava com a loja há quase um ano. Os clientes estão chorando hoje", afirmou a jovem em anonimato.
"Não tive forças para contar para os meus netos"
Os filhos do jovem, que segundo a Polícia Militar (PM) não tinha passagens pela Justiça, ainda não tinham recebido a notícia da morte do pai.
"Eles são tão pequenos, ainda não tive forças para contar. Eles vão chorar muito, não sei o que vou fazer", afirmou a avó das crianças, de 6 e 4 anos.
A vítima e a mãe das crianças, que mora em Goiânia, estavam separados havia mais de dois anos. O jovem, segundo familiares, não estava envolvido em nenhum relacionamento amoroso.
"Eu queria saber quem ligou, mas a polícia (Civil) levou o felefone dele. Ele não falou nada, e eu não vou aguentar viver com isso. Minhas lembranças não param. Estou lembrando desde a hora do parto", disse a mãe do jovem.
O corpo da vítima foi encaminhado ao IML da capital. A Polícia Civil vai investigar o caso.