Chuva

Kalil se diz envergonhado e pede desculpas, mas afirma que não é culpado

Prefeito afirma que em desastres, não há responsabilidades e ressalta que cidade precisa de força-tarefa permanente

Por Lucas Henrique Gomes
Publicado em 25 de janeiro de 2020 | 10:37
 
 
 
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O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), visitou, na manhã deste sábado (25), a Vila Bernadete, na região do Barreiro, onde nove pessoas ficaram soterradas. Duas mortes foram confirmadas. Ele pediu desculpas aos moradores e disse que sentiu envergonhando quando chegou ao local e foi criticado por moradores.

"Eu tenho vergonha na minha cara, recebo crítica da mesma forma que recebo aplauso. Peço desculpa, sou um cara indignado, trabalho feito cavalo e trabalho para gente. O que aconteceu em Belo Horizonte é mais um furacão, um terremoto. Essa água vem do céu, não vem de incompetência administrativa", afirmou, ressaltando que não pode ser culpado por todos os estragos provocados pela chuva. "Não acabou, ainda temos problemas. Mas não sou herói de assumir o que não é (culpa minha). Em desastres, não há responsabilidades. Uma área de 50 anos estabilizada e agora acontece uma coisa dessa", completou.

Segundo ele, uma máquina chegou ao local para auxiliar os trabalhos, mas a situação do solo dificulta o trabalho dos bombeiros. "Se os bombeiros entrarem, podem ser soterrados, nunca imaginei que a terra pudesse estar tão molhada. Peço desculpas, eu acho sinceramente nesse caso aqui especificamente a chuva veio do céu", afirmou.

Kalil diz que o município tem a "maior equipe já montada". Segundo ele, a Defesa Civil registrou 500 chamados, atendidos de acordo com a criticidade e a cronologia. "Nem se colocasse toda a Defesa Civil de Minas Gerais ia dar jeito. Acontece que trincou e desbarrancou, tem que sair de casa", disse o prefeito. De acordo com ele, 50 famílias foram removidas.

O prefeito destacou a importância da autoproteção e da colaboração da comunidade. "Agora é hora de alertar a população, a Defesa Civil não pode entrar na cidade de todo mundo", afirmou, destacando que a cidade precisa de uma "força-tarefa permanente": "O plano diretor, que o empresariado bateu e gritou, serve para que isso não aconteça mais".

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