Lagoa transborda, invade casas e deixa 71 desalojados e desabrigados em Betim

O transbordo de uma lagoa localizada em um terreno particular no bairro Duque de Caxias em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, na noite desta terça-feira (16), atingiu 71 pessoas, deixando 16 desabrigados e 55 desalojados. Apesar dos transtornos, não há vítimas. Os desabrigados foram levados para a Escola Municipal Maria da Penha dos Santos Almeida e os desalojados foram para casas de parentes, segundo a Prefeitura Municipal de Betim. 

Das 16 pessoas desabrigadas em decorrência do transbordo de uma lagoa particular no bairro Duque Caxias, em Betim, na região metropolitana de BH, na noite desta terça-feira (16), apenas um casal de idosos continua na Escola Municipal Maria da Penha dos Santos Almeida, no bairro Cruzeiro do Sul na manhã desta quarta (17). Os demais moradores apenas passaram a noite no abrigo, e pela manhã deixaram o local e foram para a casa de parentes. 

A secretária de Assistência Social, Fabiane Quintela, esteve no escola para verificar a situação das famílias. "Desde o ano passado, a Prefeitura de Betim montou uma sala de situação para enfrentamento de desastres e, diante dessa situação, as equipes estão percorrendo as ruas próximas à lagoa para cadastrar as famílias atingidas e saber se perderam bens materiais ou se precisam de alguma outra assistência", afirmou. 

A auxiliar de serviços gerais, Mariá José Azevedo Coelho mora na rua 17 há quase 20 anos e precisou sair da sua residência por segurança. "Moro com meu marido, que tem 73 anos e tem dificuldade de se locomover porque sofre de mal de Parkinson. Não ouvimos nem percebemos nada, porque já estávamos dormindo. Por volta de 1h da manhã, meu cunhado precisou pular o muro para bater na minha janela e avisar que precisávamos sair. Foi muito assustador, mas graças a Deus o pior não aconteceu", desabafou.

Segundo as autoridades, a situação na lagoa é estável, mas o monitoramento será contínuo, uma vez que a previsão de chuva continua.

"A ocorrência não tem nenhuma relação com o reservatório de Vargem das Flores, conhecido como Várzea das Flores, de responsabilidade da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais). Segundo o IGAM (Instituto Mineiro de Gestão de Águas), o volume da represa é de 23 mil metros cúbicos. Com a vazão durante toda a noite, o cenário é de  redução do volume. Durante a madrugada, as trincas da represa aumentaram e uma parte do talude cedeu", informou a prefeitura. 

O superintendente da Defesa Civil de Betim, Walfrido Assis, conversou com à Rádio Super 91.7 FM. Leia a entrevista:

Rádio Super 91.7 FM - Qual a situação de momento e o que aconteceu?

Ontem, por volta de 19h, recebemos a notícia que uma represa em uma área privada estava se rompendo e, de imediato, nos deslocamos para o local. Deparamos com a situação de que essa represa estava desaguando no córrego Estiva, e este córrego estava alagando a rua Varsóvia. Nos deparamos com 55 famílias desabrigadas e 16 desalojadas. De imediato, nós prestamos toda a assistência e deslocamos com estas famílias para um local seguro.

Rádio Super 91.7 FM - Já se sabe a origem do problema? O que gerou o transbordamento da lagoa e a consequente inundação das ruas as quais o senhor se referia?

O alto volume de chuvas que ocorreu nos últimos dias, e a represa não suportou. Não tendo suportado, ela transbordou atingindo esse córrego. Nós estamos tomando todas as medidas necessárias

Rádio Super 91.7 FM - Esse problema nada tem a ver com a Várzea das Flores?

Nada tem a ver e não há indícios de transbordamento da Várzea das Flores. 

Rádio Super 91.7 FM - Quais as medidas que a Defesa Civil de Betim está tomando?

Nós removemos as famílias para local seguro e estamos fazendo a avaliação de momento.