A lama oriunda do rompimento da barragem da mina I do Córrego do Feijão, em Brumadinho, não atingiu o leito do rio São Francisco até o momento. A constatação é de um grupo de analistas de diversos órgãos ambientais que participou, entre os dias 9 e 16 deste mês, de expedição de campo, na qual recolheram amostras de água e fizeram análises dela. A informação foi divulgada pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) nesta segunda-feira (20).
De acordo com o órgão, os resultados mostram "com segurança técnica" que não há evidências de que os rejeitos tenham ultrapassado os limites do reservatório de Retiro Baixo e atingido, dessa forma, o lago de Três Marias e o rio São Francisco.
A expedição foi realizada para avaliar a extensão da área, ao longo dos rios Paraopeba e São Francisco, por onde se espalharam os rejeitos da barragem. A excursão científica foi coordenada pela Polícia Federal e contou com a participação de órgãos como o Ibama, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o IGAM.
De acordo com o IGAM, foram coletados mais de 4.000 dados e amostras ao longo de aproximadamente 250 quilômetros de rios e lagos desde Brumadinho até os reservatórios de Retiro Baixo e Três Marias. Esses dados, segundo o IGAM, são compreendidos em imagens de satélite, medições radiométricas e hidrológicas, amostras de água e sedimentos de fundo dos corpos hídricos.
Segundo o IGAM, durante os oito dias, trabalharam cerca de 30 profissionais que contaram com cinco aeronaves, seis embarcações e dois laboratórios de campanha, além de carros, sensores espectrais e radiômetros