Médicos cubanos começam a ser substituídos nas UBSs de Betim | O TEMPO Betim
 
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Médicos cubanos começam a ser substituídos nas UBSs de Betim

No Citrolândia, profissional iniciou na segunda (3) e, no Parque do Cedro, na quarta (5); contratada para o Icaivera tem até o dia 14 para assumir

Publicado em 06 de dezembro de 2018 | 20:33

 
 
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Dois profissionais brasileiros inscritos no programa Mais Médicos, do governo federal, assumiram nesta semana as vagas de trabalho que eram ocupadas por médicos cubanos nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) Citrolândia e Parque do Cedro. A expectativa, segundo a Prefeitura de Betim, é que até o dia 14 de dezembro – prazo final estipulado pelo Mais Médicos para o início do trabalho – outra profissional comece a atuar no posto de saúde do Icaivera. Com isso, Betim passa a funcionar com 12 profissionais do programa, sendo 11 médicos brasileiros e um africano. 

O belo-horizontino Mateus Campos Santa Cecília, 28, foi o primeiro a tomar posse do cargo, no Citrolândia, na segunda-feira (3). Formado em medicina pelo Instituto Master de Ensino Presidente Antônio Carlos (Imepac), em Araguari, no Triângulo Mineiro, o profissional disse que encara a oportunidade como uma forma de ganhar experiência como médico.

“A carga horária é muito boa e o salário é justo. Ao prestar serviço no programa Estratégia Saúde da Família, temos uma grande oportunidade de interagir com a comunidade. Espero superar as expectativas dos moradores e poder atender a população da melhor forma possível”. 

Os médicos do Mais Médicos recebem um salário bruto de R$ 11.865,60 por 36 meses, com possibilidade de prorrogação. As atividades dos profissionais incluem oito horas acadêmicas teóricas e 32 horas na unidade. Conforme o Ministério da Saúde, como há vagas em áreas distantes, é repassada ajuda de custo para o médico que solicitar. “No meu caso, como continuo morando em BH, não vou receber o benefício do aluguel”, explicou Mateus. 

Já na quarta-feira (5), foi a vez de Thaís de Oliveira Cardoso, 25, começar a prestar serviço na UBS Parque do Cedro, que fica na Regional Icaivera. “Fui muito bem recebida pela equipe e pelos moradores. Gostei muito da estrutura do posto de saúde, que é muito melhor do que a da unidade em que eu trabalhava antes”, afirmou a médica.

Segundo a profissional, como atuar no Mais Médicos tem mais vantagens, ela optou por sair do posto em que atuava, em Nanuque, no Vale do Jequitinhonha. “A carga horária lá era maior, o salário era menor e nós não recebíamos em dia. Agora, no programa, tenho a certeza que vou receber no fim do mês”, disse.

Para a médica, que se formou na Faculdade de Minas (Faminas), na capital, o rompimento de Cuba ao Mais Médicos beneficiou os profissionais brasileiros. “Desde que me formei, queria fazer parte do programa. O rompimento de Cuba com o Brasil criou essa oportunidade”, finalizou. 

Saída de Cuba

A saída dos médicos cubanos do Brasil foi uma decisão unilateral do governo de Cuba, anunciada no dia 14 de novembro, depois que o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), fez exigências para a continuidade do programa Mais Médicos no Brasil.

Em declaração publicada em seu Twitter, também no dia 14, Bolsonaro defendeu que, para que o acordo entre os dois países continuasse, os profissionais cubanos teriam que realizar teste de capacidade, receber integralmente o salário pago pelo governo brasileiro e ter liberdade para trazer suas famílias para o Brasil. O comunicado de Cuba da decisão de romper com a parceria foi feito logo após as declarações de Bolsonaro.

Logo após o ocorrido, o governo federal, mesmo sem Bolsonaro ainda ter assumido como presidente, lançou edital para recrutar 8,5 mil médicos para substituir os cubanos, prometendo efetivar as trocas neste mês de dezembro. 

Vagas preenchidas

Segundo último balanço divulgado pelo Ministério da Saúde, até as 18h da última terça-feira (4), dos 34.653 inscritos no programa Mais Médicos, 23.951 foram concluídas e 8.405 vagas estavam preenchidas, sendo que 3.276 já se apresentaram ou iniciaram as atividades. 

Ainda de acordo com o governo federal, cerca de 200 profissionais comunicaram aos municípios que não assumirão os postos que selecionaram no edital de convocação, que segue aberto até esta sexta-feira (7), para aqueles que possuem registro no Brasil.

O principal motivo alegado pelos médicos para não assumirem é a incompatibilidade de horário com outras atividades profissionais. Outra parcela de médicos informou que entrou em residência médica, recebeu nova proposta de trabalho ou teve problemas pessoais para não assumir.

Os profissionais interessados em participar do programa têm até o dia 14 para a apresentação nas cidades.