Fernanda Medina, 21, acorda todos os dias às 5h com um propósito: ajudar a família a ter o que comer. Ela, a filha, Daniela Medina, de 5 anos, e o marido, Júnior Ortega, de 25 anos, são venezuelanos. Fugindo da fome que assombra as pessoas do país vizinho de modo alarmante, eles se refugiaram no Brasil há cerca de três anos.
O casal não tem escolaridade e ainda escorrega no português, o que limita as oportunidades de trabalho. Mas essas adversidades, não desanimam Fernanda. Com o coração repleto de esperança, palavra que aprendeu com os brasileiros, ela anda pelas ruas de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, pedindo ajuda e emprego.
“Na maioria das vezes consigo reunir doações que me ajudam a não voltar para casa de mãos vazias. Ontem mesmo, levei para casa pão, leite e pó de café. Aqui no Brasil a vida não é fácil, mas pelo menos não passamos mais fome”, disse Fernanda, que tem o sonho que o marido, que faz bicos de pedreiro, consiga um emprego de carteira assinada.
Esse desejo por dias melhores é o que dá ânimo para outra venezuelana, Janice Porcino, 55, que também acabou em Contagem – onde mora faz três anos com as duas netas, de 10 e 15 anos – ao fugir do vazio que a fome impõe à alma e ao corpo em seu país natal. Para sobreviver e criar as meninas, ela vende balas e pipocas pelos semáforos.
Os cerca de R$ 500 conseguidos nessa empreitada são a quantia exata do aluguel. Para arcar com as demais despesas, ela conta com doações de igrejas ou desconhecidos. “Está difícil, mas na Venezuela está muito pior, então eu e minhas netas fazemos o que a gente pode para juntar dinheiro para sobreviver aqui”, disse.
Como ajudar
Para ajudar Fernanda, basta ligar ou enviar mensagem para o número (095) 98409-6175. Para ajudar Janice, os interessados devem ligar para (31) 99117-1701.</CW>