Após duas semanas de volta às aulas na capital mineira, paralisadas por mais de um ano devido à pandemia de coronavírus, o que era mais temido vêm acontecendo: casos da doença. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH) constatou pelo menos 22 infectados e sete suspeitos nas instituições. Devido a isso, aulas em alguns locais precisaram ser interrompidas – Executivo, no entanto, afirma que em apenas um lugar isso ocorreu.

Veja o levantamento:

- 6 casos confirmados na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Solimões*
- 3 casos confirmados e 3 suspeitos na Emei Mantiqueira
- 5 casos confirmados na Emei Guarani*
- 1 caso confirmado na Emei Castelo*
- 1 caso confirmados na Emei Marta Nair
- 1 caso confirmado Emei Pilar Olhos d’Água (teve dispensa das aulas)
- 2 casos confirmados na Emei Itamarati (teve dispensa das aulas)
- 2 casos confirmados e 3 suspeitos na Emei Piratininga (adiou retorno das aulas, mas depois voltou atrás)
- 1 caso confirmado na Escola Municipal Professor Tabajara Pedroso
- 1 caso suspeito na Escola Municipal Padre Marzano Matias (teve dispensa das aulas)

A Emei Pilar Olhos d’Água, que havia interrompido as atividades presenciais na última quinta-feira (6), disse que as aulas devem ser retomadas na próxima quarta-feira (12). As demais ainda não têm previsão de retorno. A reportagem tentou contato com outros educandários, mas funcionários não foram autorizados a falar sobre o assunto ou as ligações não foram atendidas.

PBH diz que é só uma

Em contrapartida, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por meio da Secretaria Municipal de Educação (SMED) informou a O TEMPO que, oficialmente, apenas a Emei Itamarati teve aulas suspensas. "Um funcionário da Emei Itamarati notificou que estava com sintomas gripais. A Direção da Regional de Educação decidiu, por segurança, suspender as aulas nesta segunda-feira, dia 10, para a realização dos testes", disse.

A PBH explicou que aulas só são paralisadas quando for confirmado surto de coronavírus. "A orientação para casos suspeitos de Covid-19 nas unidades é o afastamento e encaminhamento da pessoa para a unidade de saúde, além do isolamento e busca de contactantes. As aulas só são paralisadas se houver surtos, caso contrário são mantidas as medidas de prevenção ao contágio", explicou.

"Profissionais que apresentam sintomas compatíveis com a Covid-19, estão sendo encaminhados para testagem e afastados por 14 dias", concluiu em nota.

Greve

Cerca de 60% dos educadores municipais estão em "greve sanitária", ou seja, estão trabalhando apenas remotamente em BH. Objetivo é fazer com que a prefeitura suspenda as atividades por causa do risco de contaminação pelo coronavírus.

"Se nós queremos evitar sequelas ou casos que levem a óbito, é essencial a suspensão das aulas para preservar a vida, não só dos trabalhadores em educação, mas dos estudantes e das famílias", afirmou Wanderson Rocha, integrante do Comando de Greve do Sind-Rede/BH.

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Segundo ele, há dois elementos que o Poder Público precisa levar em consideração. "Primeiro, há uma greve sanitária em que há adesão de 60% das professoras e professores, em que há suspensão da atividade presencial, mas se mantém o trabalho remoto. E as famílias que não enviaram os seus filhos para as escolas, pelo receio da contaminação. Mesmo com esses dois elementos, nós tivemos um aumento no número de casos da Covid-19", explicou.

"Todos eles foram relatados, tanto para a Secretaria Municipal de Saúde quanto para o prefeito e também ao Ministério Público, para que levem em consideração: já há uma perspectiva de vacinação para junho, conforme anunciou o governo do Estado. Então, nós solicitamos para que a prefeitura suspensa imediatamente as aulas presenciais, visto que esse retorno não contou nem com testagem nem com vacina", concluiu Rocha.

*Nota de esclarecimento

"O Comando de Greve do/Sind-RedeBH no dia de ontem (10/05) estava fechando os casos de Covid-19 informados pela categoria. Na Emei Solimões e na EMEI Castelo houve casos relatados no dia 01/05/2021, mas referente a situações à partir do ano passado. Não houve casos novos nessas Emeis, após o dia 26 de abril. A informação divulgada ainda não havia sido tratada e por isso pedimos desculpas e esclarecemos.

Sobre a EMEI Guarani, o relato do caso chegou por meio de trabalhadoras da escola, mas a direção não confirmou os casos. 

Comando de Greve do Sind-REDE/BH"

Matéria atualizada às 11h58 de 11/05/2021