No Centro de BH

Manifestação do Tarifa Zero termina com quatro detidos

Suspeitos pintaram bancas de jornal e uma estação do Move da avenida Paraná; ato é contra o aumento das passagens de ônibus na capital

Por Gustavo Lameira/Cinthia Ramalho
Publicado em 26 de janeiro de 2015 | 18:23
 
 
 
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Cerca de 40 integrantes do movimento Tarifa Zero complicaram o trânsito no hipercentro de Belo Horizonte, entre a tarde e noite desta segunda-feira (26). Quatro deles foram presos por crimes contra o patrimônio e o meio ambiente.

Os manifestantes tentaram entrar em uma estação do Move, próximo à esquina com rua dos Carijós, mas foram impedidos pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar (PM). Depois, eles bloquearam a busway da avenida Paraná, no sentido Mercado Central, complicando o trânsito por cerca de 30 minutos.

Durante a passeata, quatro jovens foram detidos por crimes contra o patrimônio e também contra o meio ambiente. De acordo com a PM, os suspeitos de 21, 23, 24 e 25 anos pintaram duas bancas de jornal e a estação do Move da avenida Paraná. Com eles foram apreendidos duas latas de tinta, chave de fenda, pincel e um megafone, com o qual gritavam palavras de baixo calão.

Todos foram levados para a Central de Flagrantes (Ceflan).

Isabela Lourença, 21, integrante da Assembleia Nacional dos Estudantes Livres (Anel), disse que a polícia viu o momento exato em que o grupo pintava as bancas de jornal e não fez nada. "Quando a gente voltou para a praça Sete é que a PM prendeu eles. A gente estava fazendo uma reunião, já no final do ato, pra avaliar, quando eles foram cercados. Não era pichação, eles pintaram com tinta guache, que sai com a primeira chuva", contou.

Nossa reportagem entrou em contato com o advogado de um dos detidos, mas ele preferiu não falar com a imprensa.

A vendedora Selma Santos, de 42 anos, ficou presa na estação do Move. "Estava tentando pegar o ônibus para estação São Gabriel, mas eles estavam fechando tudo. Acho válido o protesto, porque eles lutam por uma coisa para toda população, mas é que eu estava cansada, voltando do trabalho", disse.

Carregando faixas e cartazes, os manifestantes passaram ainda pela rua dos Tamóios e avenida Amazonas, até retornar à praça Sete, onde houve a dispersão.

O Tarifa Zero é contra o aumento das passagens de ônibus da capital. A concentração aconteceu por volta das 17h15 na praça Sete.

A reivindicação

No último dia 16, a Justiça negou pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para suspender o reajuste das passagens de ônibus e táxis coletivos de Belo Horizonte. No dia 29 de dezembro de 2014 as passagens na capital passaram de R$ 2,85 para R$ 3,10. A promotoria já pediu para ver a decisão da 4ª Vara de Fazenda Municipal e deve recorrer. O mérito da ação ainda será julgado ao final do processo.

A juíza Simone Andrea Silva entendeu que a liminar deveria ser indeferida porque não havia princípios básicos que a justificasse. Segundo ela, o pedido do MPMG não foi plausível e não há risco de dano irreversível. Simone explicou que a petição não foi instruída com nenhum documento, nem o contrato que fundamenta o reajuste.

O pedido para a suspensão veio do promotor Eduardo Nepomuceno da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público,que alegou irregularidades nos cálculos utilizados pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) para aumentar o preço das tarifas.

Ônibus suplementares

Uma outra ação contra o reajuste dos ônibus suplementares, impetrada pelo grupo de advogados voluntários do Coletivo Margarida Alves, teve o pedido liminar para suspender o aumento aceito em segunda instância na semana passada, mas a BHTrans informou que ainda não foi notificada da decisão e por isso ainda mantém as tarifas reajustadas.

Atualizada às 21h30

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