
Média de mortes aumenta acima dos 100% no Triângulo Norte e no Noroeste de Minas
Microrregião de Patrocínio registrou um aumento de 657% nos óbitos diários pela doença

A média móvel de mortes por Covid-19 chegou a um patamar recorde nas macrorregiões de saúde do Triângulo Norte e do Noroeste de Minas Gerais, áreas do Estado mais afetadas pela pandemia neste momento, de acordo com o Termômetro da Covid do portal O TEMPO (veja o gráfico e a metodologia abaixo).
Na região do Triângulo Norte, onde estão localizados os municípios de Coromandel e Monte Carmelo, a média de mortes chegou a 21 óbitos confirmados diariamente ao longo da última semana. Isso representa um aumento de 126% na comparação com duas semanas atrás.
De acordo com o boletim epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), a região acumula 1.606 mortes confirmadas pela doença. Esse número disparou 41% em menos de dois meses, desde janeiro, uma vez que a região havia encerrado o ano passado com 1.141 vítimas do novo coronavírus.
A situação é mais preocupante justamente na microrregião de Patrocínio, onde estão as cidades mais ameaçadas pela saturação no sistema de saúde. A média de mortes naquela área chegou a 5,3 óbitos diários, um aumento de 657% em relação a duas semanas atrás.
Já na macrorregião Noroeste, nos arredores de Patos de Minas, a média de mortes causadas pela Covid-19 chegou a 7,9 óbitos por dia, um aumento de 154% no mesmo período de comparação.
O acumulado chegou a 497 vítimas do novo coronavírus na região, um crescimento de 44% apenas em janeiro e fevereiro deste ano.
Outras localidades
A média de mortes por Covid-19 em todo o Estado é de 121 óbitos diários ao longo da última semana. O indicador encontra-se em um nível estável, mas ainda próximo ao patamar mais alto observado em toda a pandemia – o número passou da casa dos 120 pela primeira vez em 21 de janeiro e chegou a no máximo 136 mortes por dia, entre 7 e 13 de fevereiro.
As regiões Nordeste, Noroeste, Triângulo do Norte, Triângulo do Sul e Vale do Aço encontram-se em tendência de aceleração nos óbitos por Covid-19. Outras três apresentam estabilidade (Centro, Jequitinhonha e Oeste) e as demais comemoram uma queda na mortalidade pela doença (Centro do Sul, Leste, Leste do Sul, Norte, Sudeste e Sul).
Última atualização: 22/02/2021
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Entenda o gráfico
O Termômetro da Covid apresenta a evolução da média móvel de novos óbitos e casos confirmados nos últimos sete dias e tem como parâmetro de comparação os mesmos dados registrados há duas semanas.
Se a média de hoje superar em mais de 15% o valor de duas semanas atrás, então a situação observada é de crescimento acelerado. No outro oposto, uma redução superior a 15% representa desaceleração. Se a variação for de até 15% para mais ou para menos, a média se encontra em um nível de estabilidade.
O uso da média móvel se justifica pela grande oscilação das notificações entre os diferentes dias da semana. Ela fica muito clara quando se observa a queda durante feriados, fins de semana e segundas-feiras, devido ao represamento nos laboratórios. Desta forma, a média móvel mostra tendências mais consistentes do que os dados diários.
Já a janela de duas semanas para comparação se explica pelo tempo médio de ação do vírus e de demora no processamento de exames e na divulgação dos resultados nos sistemas oficiais utilizados pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-MG).
Esta é a mesma metodologia utilizada, por exemplo, pelo jornal The New York Times.
Os dados são provenientes dos boletins epidemiológicos da SES-MG e referem-se aos municípios de residência dos pacientes. Isso explica eventuais números negativos, uma vez que os casos podem ser revisados ou "transferidos" de cidade.
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