Os médicos Itamar Tadeu Gonçalves Cardoso e Alexandre Figueiredo vão responder em primeira instância pelo envolvimento na morte de Lorenza Maria Silva de Pinho - morta pelo marido, o promotor André de Pinho, no dia 2 de abril, no apartamento do casal em Belo Horizonte.
A equipe técnica do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) constatou que Lorenza foi morta dopada e asfixiada. No entanto, o MP entendeu, em seu parecer, que os médicos mentiram no atestado de óbito de Lorenza. O documento assinado pelos dois indicava como causa primeira da morte autointoxicação. Além dessa acusação, recai também sobre Itamar Tadeu uma segunda denúncia igualmente por falsidade ideológica – segundo o MP, ele teria mentido sobre o estado de saúde da paciente.
De acordo com a defesa do médico Itamar Tadeu, a advogada criminalista Virgínia Afonso, por não possuírem prerrogativa de função - prevista constitucional e legalmente para exercício de certos cargos e funções públicas - para serem julgados pela corte especial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o processo dos médicos foi desmembrado do processo referente ao promotor de Justiça. Desse modo, os autos do processo dos médicos serão enviados para a primeira Instância, por consequência, será julgado por um juiz. “Os médicos agora serão julgados por um juiz singular, e não por uma corte”, explicou a advogada.
Virgínia ainda revelou que o desmembramento do processo é uma vitória para a defesa. “É muito bom, porque desde o início a defesa sempre alegou que o médico Itamar Tadeu nunca teve vínculo e ligação com o promotor de Justiça, marido da vítima. Isso demonstra que não existia nenhuma relação entre eles. Foi uma grande vitória para defesa,” pontuou.
Nossa reportagem procurou os advogados do médico Alexandre, mas não obtivemos contato.