Sem data

Mesmo com determinação do MEC, UFMG não deve ter aulas presenciais em janeiro

Portaria ministerial explica que instituições baseadas em localidades onde autoridades locais proibiram retorno podem manter apenas ensino remoto

Por Gabriel Rodrigues
Publicado em 02 de dezembro de 2020 | 13:03
 
 
 
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O Ministério da Educação (MEC) determinou, nesta quarta-feira (2), que as instituições de ensino federais devem voltar a oferecer aulas presenciais a partir do dia 4 de janeiro do próximo ano. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) sinaliza, entretanto, que não cumprirá o cronograma e que a decisão está protegida, inclusive, por uma ressalva do próprio ministério. 

Após coro de várias outras instituições federais contrárias ao retorno presencial nesse período, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disse que revogará a portaria e abrirá uma consulta pública sobre o tema, de acordo com informações da CNN Brasil, corroboradas por outros veículos nacionais. O MEC ainda não se posicionou oficialmente sobre a eventual revogação.  

De acordo com o diretor da Faculdade de Medicina da UFMG, Humberto Alves, a reitora da UFMG, Sandra Goulart, compartilhou uma mensagem em grupos de WhatsApp de funcionários da universidade afirmando que a determinação publicada pelo MEC não se aplicaria à universidade e que ela seguirá mantendo o ensino remoto até a pandemia estar “sob controle”. 

“A Portaria 1030 do MEC de 1/12 não se aplica à UFMG. Tanto com relação a Belo Horizonte quanto a Montes Claros estamos respaldos (sic) por determinações locais, conforme Art. 3o da referida Portaria, que proíbem o retorno de aulas presenciais. Continuaremos com muita serenidade, a seguir o que foi deliberado pelas instâncias colegiadas da UFMG, mantendo as aulas remotas enquanto a pandemia ainda não estiver sob controle e, assim, preservando vidas e o bem estar da nossa comunidade e da nossa sociedade. Ao mesmo tempo já estamos nos mobilizando no sentido de modificar ou reverter esta portaria que em sua essência contraria parecer do CNE (Conselho Nacional de Educação) e os protocolos de  biossegurança emitidos por autoridades sanitárias. Enviaremos em breve nota à comunidade com esses esclarecimentos", diz parte da nota. 

O artigo 3º da portaria, a que a reitora se refere, explica que, no caso de suspensão das aulas presenciais serem determinadas pelas autoridades locais, as instituições podem seguir apenas com o ensino remoto. É o caso de Belo Horizonte, que concentra a maior parte das unidades da UFMG. 

Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da universidade informou que ainda será divulgada uma nota com o posicionamento oficial da instituição sobre a portaria ministerial e não confirmou a autoria da nota. Além do diretor da Faculdade de Medicina, estudantes da universidade afirmam ter recebido a mesma mensagem da reitora. 

UFLA

A Universidade Federal de Lavras (UFLA), na região de Campo das Vertentes, informa que já planejava retomar as atividades presenciais exclusivamente para estudantes que dependem de aulas laboratoriais em fevereiro. O cronograma ainda precisa ser aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFLA.

“Aqueles que não dependem ficariam ainda em ensino remoto. Se não fosse dessa forma, não conseguiríamos aplicar o plano de contingência, proposto pelo próprio MEC, pois o mesmo prevê o distanciamento e outras medidas para prevenir a expansão da pandemia”, disse o reitor, João Chrysóstomo de Resende Júnior, por meio de nota. 

De acordo com ele, somente um terço dos estudantes retornaria às aulas em fevereiro, sob esquema de revezamento durante a semana. A reportagem questionou se o plano será mantido mesmo com a portaria do MEC e aguarda retorno.

UFFJ

A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), na Zona da Mata, afirma, por nota, que mantém a suspensão das aulas presenciais até o dia 23 de março de 2021 e que o Conselho Superior da insitutição irá se manifestar sobre a portaria do ministério após reunião nesta qaurta-feira. A universidade também explica que a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), da qual faz parte, emitirá nota sobre o assunto amanhã (3).

UFV

A Universidade Federal de Viçosa (UFV), na Zona da Mata, informa que a previsão é iniciar o próximo ano letivo de forma remota no dia 1º de fevereiro e que elas seguirão dessa forma "enquanto persistirem condições epidemiológicas desfavoráveis relacionadas à Covid-19"

UFSJ

Por meio de nota, representando o reitor Marcelo Pereira de Andrade, a Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) disse que "a comunidade acadêmica jamais será colocada em risco. É uma resposta da Reitora à Portaria 1030/2020, do MEC, que determina o retorno às aulas presenciais a partir de janeiro de 2020".

A universidade pretende seguir seu corograma atual com dois períodos de ensino remoto emergencial: o primeiro se encerra nesta sexta (4) e o seguinte recomeça em 25 de janeiro e vai até 17 de abril. 

UFVJM

A Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) afirmou que mantém a decisão de só retomar aulas presenciais após a chegada de uma vacina ou sob aval dos órgãos de saúde. 

A reportagem também está em contato com outras instituições de ensino federais do Estado para mais esclarecimentos.

(Esta matéria está em atualização)

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