Tensão

'Meu filho de 5 anos só fala em barragem', diz morador de Barão de Cocais

Família está há quase quatro meses fora de casa

Por Carolina Caetano
Publicado em 28 de maio de 2019 | 08:45
 
 
 
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Desde quando ocorreu a evacuação na comunidade do Socorro, em Barão de Cocais, na região Central do Estado, por conta do risco de rompimento da barragem da mina do Gongo Soco, o filho do pedreiro Edimilson de Assunção, de 32 anos, ficou traumatizado. A criança de apenas 5 anos se assusta até mesmo quando a sirene do simulado toca.

"Ele sai pela casa gritando e chorando quando a sirene toca ou escuta algum barulho diferente. Meu filho tem a língua presa e faz sessões com uma fonoaudióloga. Mas ela me disse que preciso procurar uma psicóloga para ele. Nas consultas ele só fala as palavras barragem e água. Para mim, como pai, isso é muito difícil", disse.

A família morava na comunidade há oito anos. Na madrugada do dia 8 de fevereiro, Assunção acordou assustado ao ouvir a sirene e ter que deixar a casa imediatamente. A filha mais nova dele estava com apenas 15 dias de nascida.

"Mesmo se recuperando da cesariana, minha mulher precisou correr. Os pontos delas foram tirados em Caeté. Passamos por dois hotéis e agora estamos em uma casa alugada. Eu não tenho vontade de voltar para o Socorro. Se a Vale quiser me oferecer uma casa em outro lugar, eu passo a minha terra para eles", afirmou.

Talude

Nos últimos dias, moradores de Barão estão apreensivos com a possibilidade de rompimento do talude norte da mina.

A previsão era que o colapso ocorresse no último fim de semana, o que não ocorreu. A área é monitorada 24 horas.

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