Uma maior mobilidade nas ruas de Belo Horizonte é o principal pedido dos moradores para o ano que se aproxima. Em um levantamento feito pelo jornal, por meio das redes sociais, os internautas disseram que a principal melhoria necessária para deixar a capital ainda melhor é a ampliação do metrô. Em uma lista com as dez mudanças mais citadas, entraram ainda melhoria da qualidade e redução do preço do transporte público na cidade, além da instalação de mais placas no trânsito e da construção de estruturas, como túneis e elevados, para dar mais fluidez ao trânsito.
Entre os dias 24 e 30 de novembro, mais de cem pessoas responderam ao chamado no Instagram do jornal: “A capital mineira está prestes a completar 124 anos, e O TEMPO quer saber de você: o que falta para a cidade ficar ainda melhor? Se você pudesse escolher melhorias na saúde, na mobilidade urbana ou na educação: quais seriam?”.
O metrô foi citado por 25 pessoas. “Mobilidade péssima, onde já se viu um metrô que custa 4,50 só ter uma linha? Isso não existe! Ônibus caros, cheios e que demandam muita baldeação”, comentou uma leitora. Outro internauta disse logo na sequência: “Eu adoro BH. Minha única reclamação é a mobilidade. É difícil demais se locomover pela cidade. Ainda mais nos horários de pico. Já passou da hora de se investir em uma boa malha metroviária. Uma cidade com quase 3 milhões tendo esse metrô é um absurdo”.
A ampliação de alternativas para se transitar na cidade também foi tema recorrente no espaço aberto para opinião. “Investimento em mobilidade, que é péssima, inclusive com sistema de inteligência de trânsito, pois, em BH, se você precisa de três ônibus para chegar a um destino, você fica no mínimo 20 minutos na espera de cada um deles. Providenciar ciclovias e metrô por toda a cidade”, disse uma das participantes. O especialista em transporte e trânsito Márcio Aguiar disse que não é uma surpresa o tema ter sido o mais citado. “O transporte público está em decadência desde a década de 80 na cidade. O que chamamos de metrô é um trem metropolitano que atende 200 mil pessoas, quando precisaria atender milhões”, afirma.
A expansão da rota do metrô da capital é uma promessa antiga. Segundo o Ministério de Desenvolvimento Regional, o governo federal vai investir R$ 2,8 bilhões para viabilizar a Linha 2 do metrô, para ligar o Barreiro ao Calafate e modernizar a linha atual. O investimento está vinculado à desestatização da filial mineira da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Quanto aos ônibus, a BHTrans disse, em nota, que, entre os planos para 2022, está a melhoria do transporte.
População nas ruas e chuvas foram citadas
A necessidade de se buscarem alternativas para ajudar a população em situação de rua na capital foi citada por muitos leitores que participaram da pesquisa feita nas redes sociais de O TEMPO.
Estudo do projeto Polos de Cidadania da UFMG mostrou que o número de pessoas vivendo nas ruas de BH cresceu quase 20% após a pandemia, chegando a 8.901.
A limpeza da cidade e as condições dos parque e praças da cidade também foram citadas como questões que merecem uma maior atenção. “BH está uma cidade imunda, lixo em excesso nas ruas”, reclamou uma das internautas.
Os alagamentos não ficaram de fora da lista: “São necessárias obras efetivas para evitar os alagamentos em período chuvoso, pois, com uma cidade construída sobre rios, quando chove alaga e destrói os mesmos trechos sempre”.
Banheiros públicos serão concedidos
A Prefeitura de Belo Horizonte vai publicar um edital de concessão da exploração de banheiros públicos na cidade associados a pontos de venda de produtos diversos. A disponibilidade de banheiros públicos foi um dos dez pedidos feitos pelos internautas nas redes sociais de O TEMPO. A informação foi antecipada pela prefeitura por meio de nota em resposta aos questionamentos dos leitores.
Quanto às chuvas, o Executivo explicou que, além de investimentos em obras, desenvolve ações permanentes de prevenção às enchentes e proteção da população contra os riscos de desastres. A prefeitura também garantiu que realiza a manutenção de praças de forma permanente e que BH “é uma das capitais mais bem atendidas por serviços de limpeza”. Quanto aos moradores de rua, a PBH informou ter um trabalho de acolhimento.