Cinco dias após um avião de pequeno porte cair no bairro Caiçara, na região Noroeste de Belo Horizonte, moradores se reuniram na manhã deste sábado (26) para uma homenagem às vítimas.

A concentração aconteceu na praça Mirassol de onde os moradores saíram em caminhada até o local onde aconteceu o acidente, na última segunda-feira (21), no cruzamento das ruas Rosinha Signaud e Minerva. "Hoje o momento é de luto. De prestar solidariedade às famílias das vítimas desse acidente", disse Fabrício Xavier, morador do bairro há 11 anos. 

Pelas ruas, orações e cantorias dos participantes ecoavam entre prédios. A caminhada, que contou com a participação da ex-candidata ao Senado, Duda Salabert, seguiu para as ruas onde aconteceu o acidente que vitimou quatro pessoas – três delas morreram no momento da queda – e deixou outras duas gravemente feridas. Um pequeno altar improvisado serviu de apoio para uma celebração ecumênica comandada por um padre da igreja católica e um pastor evangélico. "Todas as vezes que passar por aqui, eleve seu pensamento a Deus para pedir por essas famílias", disse um dos celebrantes enquanto, no alto, uma aeronave cruzava o céu.

Apelo

Em sua fala, Tifani Emanuelle Barbosa, filha de uma das vítimas fez um apelo em memória do pai. “Vamos, sim, nos unir e gritar por providências. Mas hoje vamos fechar os olhos e olhar para o nosso interior. Pedir a Deus força e respeitar o luto. Segunda-feira sim, é dia de luta”, disse. O pedreiro Pedro Antônio Barbosa, 54, seguia para o trabalho em um carro, quando o veículo foi atingido pelo avião. 

O aeroporto Carlos Prates, localizado no bairro Padre Eustáquio, região Noroeste de Belo Horizonte, já registrou oito acidentes em seu entorno, desde o ano de 2005. O mais recente foi há cerca de seis meses.

Logo após o acidente da última segunda-feira, moradores levantaram novamente a questão do fechamento do aeroporto Carlos Prates. Um grupo no WhatsApp foi formado, onde moradores reivindicam providências a respeito da situação.

"Estamos nos mobilizando para um abaixo-assinado e também para a realização de uma audiência pública. Este aeroporto é antigo. Entendemos que quando veio pra cá, por aqui quase não tinham residências. Mas hoje é um bairro residencial. E diante do histórico de acidentes aéreos aqui, é preciso um estudo que retrate os impactos hoje, desse aeroporto operando na região", adiantou Eduardo Otoni, morador há dois anos no bairro.