Região Metropolitana

Moradores participam de simulado de emergência de barragem em Betim

Ação é preventiva e, segundo a Brasmic, empresa responsável pela estrutura, a situação é estável

Publicado em 28 de abril de 2019 | 11:15

 
 

Cerca de 200 moradores do bairro Petrovale, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, que vivem na área de risco da barragem da empresa Brasmic Mineração, participaram de um simulado de evacuação na manhã deste domingo (28) para o caso de uma situação de emergência da estrutura. A ação durou em torno de 30 minutos. Segundo a empresa, a inciativa é preventiva, e as condições do barramento são estáveis.

Antes do simulado, carros de som da mineradora passaram pelo bairro comunicando aos moradores que as sirenes seriam acionadas. Quatro pontos de encontro foram criados e informados previamente à população. Além disso, quatro sirenes e 14 placas com indicações de rotas de fuga foram instaladas no local.

Em caso de rompimento da estrutura, a lama de rejeitos percorreria em torno de 1.700 metros, em três minutos. A população que está em risco, que abrange 70 casas e cerca de 270 pessoas, vive a aproximadamente 500 metros da barragem.

“Esse simulado é para iminência de rompimento, quando a empresa detecta que aquela barragem corre risco de romper. Nesse caso de iminência, há um prazo maior para a população, já treinada pelo simulado, deslocar para um ponto seguro", disse o capitão Ramiro de Barros Coelho, superintendente da Defesa Civil de Betim. 

De acordo com o diretor da empresa, Márcio Braga, a barragem é segura e não oferece riscos e para a população. "No último laudo de estabilidade, ela alcançou índice de 1,81, ou seja, é 81% mais resistente do que toda a força de empuxo que o estéril depositado ali exerce sobre o barramento", afirmou.

"A barragem é monitorada frequentemente dentro das normas da Agência Nacional de Mineração (ANM). São feitas mensalmente duas vistorias, que são imediatamente informadas à ANM e aos órgãos competentes de fiscalização”, completou Braga.

Segundo ele, a barragem foi construída em 1990 e continua ativa, mas não recebe mais rejeitos. "O rejeito hoje é depositado em pilha de estéril a seco e em cavas, mas ela (a barragem) compõe ainda um sistema de contenção de bacias da Brasmic, por isso é considerada em atividade", disse Braga.

A estrutura tem capacidade de 2,1 milhões de metros cúbicos, mas possui atualmente 1,5 milhão de metros cúbicos de rejeitos, formados por uma areia fina e argila.

A dona de casa Natália Moreira, de 32 anos, mora na área de risco e tem medo. “A gente fica preocupado com as crianças e os idosos, porque, para eles, sair de casa é mais difícil. Essa simulação é importante para orientar a população”, disse.

O motorista de caminhão João Lafaiete, de 50 anos, diz que tragédias como as que ocorreram em Mariana, na região Central, e Brumadinho, na região metropolitana, preocupam os moradores. "É um perigo muito grande. Minha casa fica fora da área de risco, mas nós pensamos nos vizinhos do bairro. As vidas não têm preço", pontua.