Passional

Morte pode complicar delegado

Policial passa a responder por assassinato, e não por tentativa de homicídio, que tem pena menor

Por José Vítor Camilo
Publicado em 05 de junho de 2013 | 03:00
 
 
 
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A morte da adolescente Amanda Linhares dos Santos, 17, deve complicar a situação do delegado Geraldo Toledo, 40. Ele é o principal suspeito de ter atirado na jovem, com quem se relacionava, no dia 14 de abril. Desde então, Amanda estava internada no Hospital João XXIII, na capital, mas, anteontem, sofreu uma parada cardiorrespiratória e morreu. O corpo dela foi levado para Conselheiro Lafaiete, na região Central de Minas, onde será enterrado hoje, no cemitério Nossa Senhora da Conceição.

O advogado especialista em direito criminal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MG) Vitor Lonna explicou que, com a morte de Amanda, o policial passa a responder por homicídio. Assim, caso seja condenado, a pena será maior. “Se antes ele era investigado por homicídio tentado, que possibilita uma redução de 1 a 2/3 da pena, agora, ele não contará mais com esse benefício”, disse. Segundo ele, o delegado poderá cumprir pena de 12 a 30 anos de detenção.

O inquérito que apura o crime ainda não foi concluído, mas, segundo informações preliminares, Amanda foi baleada na cabeça na estrada que liga Ouro Preto ao distrito de Lavras Novas, na região Central do Estado. Toledo chegou a levá-la para uma unidade de saúde, mas desapareceu sem se identificar. O policial alegou que a namorada tentou se matar.

Velório. O corpo de Amanda chegou ao velório São Jorge, em Conselheiro Lafaiete, às 18h30, em um caixão branco, e foi recebido por familiares e amigos. “Estamos todos muito abalados. Ela costumava frequentar o nosso sítio, mas nunca comentou sobre esse delegado”, disse um dos amigos, que pediu anonimato.


A mãe da jovem, Rubiany Linhares, 32, chegou meia hora depois e subiu até o local do velório amparada pelo marido. A família não permitiu que os jornalistas entrassem no local.
Segundo informações da amiga de Rubiany, que não quis ter o nome divulgado, Amanda nasceu na cidade de Minaçu, em Goiás, e toda a família está abalada. “Durante os dias em que Amanda permaneceu internada, foi muito difícil. Mas tinha dias em que ela aparentava estar melhor e, depois, continuava na mesma; acabávamos ficando com esperanças”, disse a mulher.
Toledo está detido na Casa de Custódia do Policial Civil, no Horto, na região Leste da capital. Desde o fim do mês passado, a Justiça determinou que a família da adolescente tivesse proteção. Os parentes da jovem disseram que sofreram ameaças. (Com Vinícius D’Oliveira)

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