Cárcere privado, trabalhos forçados, cabelo cortado com um facão, constantes agressões e ameaças de morte. Era sob essas condições que viviam uma mulher de 36 anos e o filho dela, de 7 anos, na zona rural de Conselheiro Pena, no Vale do Rio Doce de Minas Gerais.
O suspeito dos crimes é o companheiro da vítima e padastro da criança, um homem de 57 anos, que foi preso nesta segunda-feira (17) depois de denúncias anônimas de moradores da região que desconfiaram das agressões.
Quando os policiais chegaram à casa, o próprio suspeito abriu a porta e permitiu a entrada dos militares. A princípio, a mulher estava apreensiva e ficou com medo de contar sobre as agressões, mas após muita conversa com os policiais, ela assumiu que era constantemente vítima de violência doméstica. A mulher era constantemente ameaçada de morte e por isso tinha tanto medo.
"A vítima disse que veio de Rondônia para morar com o suspeito. Os dois se conheceram pelo Facebook. Desde que começou a morar com o homem começaram as agressões contra ela e filho", contou a tenente Thaís de Castro Martins Moura.
A mulher contou aos policiais que ela e o filho eram forçados pelo suspeito a fazer diversas atividades como plantar e colher café, descascar milho, carregar sacos de milho e que nunca foi remunerada pelos serviços.Ele não deixava ela ter acesso a nenhum dinheiro. A família mora na zona rural em um local conhecido como Chapada do Bueno.
A mulher disse que não tinha como falar sobre as agressões ou pedir ajuda, já que era mantida em cárcere privado. "Até mesmo com nós militares ela teve muito medo de falar. A criança também estava insegura, mas com o tempo foram contando. Nós recebemos várias denúncias de moradores sobre essas agressões", disse a policial.
A vítima e o filho não podiam ter contato com mais ninguém além do marido. O homem também a proibia de usar o telefone. A criança confirmou o que a mãe contou e disse que também era agredida.
Na casa foi encontrado um facão que o homem usava para cortar o cabelo da mulher como forma de punição e uma corrente de ouro também usada para bater na mulher.
Além disso, ele tina na residência uma espingarda calibre .32, seis cartuchos calibre .32 intactos, dois cartuchos calibre .32 recarregados, e um cartucho calibre .32 deflagrado, dois cartuchos calibre .38 com a espoleta picotada, sem estar deflagrada, dois cartuchos calibra .38 deflagrados e dois cartuchos ,32 deflagrados.
O suspeito foi preso em flagrante pelos crimes de cárcere privado, agressão, posse ilegal de armas de fogo e munição. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Conselheiro Pena que vai investigar o crime.