Após confessar ter matado o próprio companheiro com uma facada por ter sido chamada de “desgraça” no apartamento do casal em Nova Lima, na região metropolitana de BH, nessa terça-feira (12), A mulher, de 45 anos, foi autuada em flagrante por homicídio qualificado por motivo fútil. Ela foi encaminhada ao presídio feminino de Vespasiano, também na região metropolitana, nesta quarta-feira (13). O crime aconteceu durante um jantar de família e foi presenciado pela filha do casal, de 7 anos.
O fato aconteceu em um conjunto habitacional no bairro Honório Bicalho. Segundo a delegada Karina Resende, que está à frente do caso, foi a autora do homicídio quem procurou a polícia. A mulher contou que estava bebendo com o homem, de 41, quando pediu que ele parasse de consumir bebida alcoólica. Ela derrubou a garrafa e os dois entraram em uma discussão.
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“A vítima acabou ficando nervosa e chamou a autora de ‘desgraça’. Nesse momento ela ficou nervosa, pegou uma faca e desferiu uma facada no braço da vítima. Ele teria ficado andando sangrando pela casa, depois deitou no sofá. Ela achou que ele teria ido dormir e ao tentar acordá-lo, ele já não estava mais com vida”, afirmou.
Ainda segundo a delegada, “dar facadas” seria algo natural à mulher. Em 2016, Silva chegou a registrar um boletim de ocorrência afirmando ter sido esfaqueado pela companheira. “Essa ocorrência deu origem a um inquérito policial, porém não teve representação da vítima, ele desinteressou e o inquérito foi arquivado”, explicou.
Embora a mulher tenha procurado a polícia de forma espontânea e tenha alegado que não tinha a intenção de matar, para a Polícia Civil, ação caracteriza dolo eventual, o que justifica a autuação por homicídio qualificado. “Em declarações, ela relata que não teve a intenção de matar a vítima, mas só por esse fato de ela ter deferido uma facada, não ter prestado socorro imediato, ele ter ficado sangrando pela casa e ela ter deixado essa situação, a gente entende que há, no mínimo, um dolo eventual. Então essa falta de intenção que é, talvez, um crime culposo, não funcionou e a gente considera realmente que foi doloso”, explicou a delegada.
Mônica não tem passagens por outros crimes, segundo a Polícia Civil. O corpo de Adriano Silva passou por exames de necropsia no Instituto Médico Legal (IML). A filha do casal está aos cuidados de uma tia.