Depois de passar por duas cirurgias plásticas na última segunda-feira, a dona de casa Marisa Fernanda Santos, 35, de São Sebastião do Paraíso, Sul de Minas, morreu anteontem na porta do hospital.
Ela passou por duas intervenções cirúrgicas simultâneas: uma abdominoplastia (plástica de barriga) e lipoaspiração nas duas pernas. A família acredita em erro médico e registrou uma ocorrência na Polícia Militar.
A direção do hospital não relaciona a morte da paciente com uma falha no procedimento médico. De acordo com o diretor cirúrgico do hospital São Sebastião, o médico José Garcia Amaral Filho, a instituição pediu a realização de uma necropsia para esclarecer a causa da morte para os familiares de Marisa.
O médico responsável pelo procedimento não pertence à Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, mas teria feito uma especialização durante residência na Universidade de São Paulo (USP).
A família de Marisa não quis falar sobre o caso. De acordo com o boletim da PM, o médico credita o óbito a uma embolia (obstrução) pulmonar maciça. A Polícia Civil de São Sebastião do Paraíso vai investigar a morte.
O corpo foi enterrado ontem à noite. Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica em Minas Gerais, Renato Rocha Lage, a lipoaspiração é a intervenção mais realizada no país e o percentual de óbitos nesse tipo de cirurgia plástica é baixo.
No entanto, o risco aumenta em pacientes fumantes, em uso de anticoncepcionais injetáveis e orais, diabéticos, pessoas com pressão alta e com varizes nos membros inferiores. O médico conta ainda que a morte pode acontecer até uma semana depois da operação.
"O embolismo pulmonar pode ocorrer nos primeiros dias de pós-operatório. A paciente fica muito tempo deitada e o sangue se acumula podendo formar pequenos êmbolos que saem da perna e chegam aos pulmões".