Em Belo Horizonte

Operação em shoppings populares apreendeu mais de 20 caminhões de produtos

Quinze pessoas foram presas; valor das mercadorias recolhidas é estimado em R$ 10 milhões

Por Mariana Nogueira
Publicado em 12 de dezembro de 2019 | 13:11
 
 
 
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Considerada a maior apreensão de contrabando e descaminho do Estado em 2019, a operação nos shoppings populares da capital recolheu, em dois dias de atividades, pelo menos R$ 10 milhões em produtos furtados, roubados ou frutos de outras irregularidades. Desde segunda-feira, Polícia Militar, Ministério Público e Receita Federal prenderam 15 pessoas e recolheram mais de 20 caminhões carregados de mercadorias, entre elas mais de 1.800 celulares e produtos como tabletes, caixas de som, acessórios e computadores, além de peças de vestuário.

Todos os produtos foram levados para depósitos da Receita Federal e passarão por uma severa análise dos 25 funcionários da divisão de repressão aos crimes de contrabando e descaminho do órgão. O resultado em valores e número de objetos apreendidos pode aumentar. “O volume é significativo. Mais de 2.500 caixas e sacos foram recolhidos. Ainda não temos um real conhecimento do que tem lá dentro. Então nós vamos abrir todos esses volumes, relacionar todas as mercadorias. Eu não acredito mas pode acontecer de algum contribuinte aparecer e comprovar a regularidade do que está lá. No caso disso não ser feito, a receita federal vai fazer a apreensão de tudo e as destinações legais, que são a doação para instituições de caridades ou parceiras, leilão e a destruição do que não puder ser consumido. Surpreendeu. Não é usual nas nossas operações aqui no Estado chegar a um volume tão grande”, afirmou Leonardo Martins, auditor fiscal e chefe da divisão. 

Ao todo, três shoppings foram alvo da operação: Xavantes, Uai e A Popular. Todos eles localizados no centro da capital. O A Popular, segundo Martins, foi o que teve o maior número de apreensões. No local, as lojas funcionam na parte de baixo e, no segundo andar, o espaço serve de depósito para diversos comerciantes do centro. “A impressão era até que a coisa era menor, mas quando abria a porta, o fundo era muito grande, os depósitos imensos e, realmente, tinham caixas de cima até embaixo. É um local completamente informal, não existe nenhuma documentação que comprove a propriedade daqueles produtos. Os boatos são de que são mercadorias de pessoas que comercializam dentro de shoppings populares na área central”, afirmou. 

De acordo com a procuradora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), Cássia Gontijo, há uma investigação em curso para achar uma possível organização criminosa que forneça os materiais para os comerciantes. “Agora é buscar identificar da onde essas mercadorias vieram, a origem delas, e mais ainda tentar localizar quem as adquiriu. Observamos que várias caixas aparentavam ter a mesma etiqueta externa, o que sugere que possam pertencer a uma mesma pessoa ou a poucas pessoas. Então se de fato nós tivermos ali descaminho e, às vezes,  uma possibilidade de contrabando, nós podemos chegar a uma organização criminosa”, afirmou. 

A operação, segundo as autoridades, não pode ser considerada finalizada, uma vez que são motivadas pelos indícios de irregularidades e, portanto, podem continuar acontecendo a qualquer momento.

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