"Procura-se Lolla, desesperadamente". Quem mora no bairro Santo Antônio, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, está comovido com o sumiço de um papagaio de nome Lolla que, em fevereiro, bateu asas do prédio onde vivia com dois idosos e nunca mais voltou. Lolla tem plumagens nas cores azul, amarela e duas tonalidades de vermelho.
A ave chama os idosos de “vovô” e de “vovó”. O homem, de 91 anos, está com depressão por causa do sumiço da sua "netinha".
Ele, segundo a família, sempre acorda bem cedo, toma o café e volta para cama. Lolla o acompanhava o tempo todo. “Comia na mão dele. Na hora que ele ia almoçar, ela ficava no ombro dele querendo comer arroz e era aquela luta para não deixar”, conta a defensora pública aposentada Marlene Alves da Cruz Souto, de 72 anos.
A família e amigos, comovidos com a situação do idoso, espalharam faixas e cartazes pela região oferecendo recompensa para quem encontrar Lolla.
Marlene conta que a família cria outros dois papagaios e que Lolla é a “caçula” das netas, com um ano de idade. “Meu marido é mais ligado a Lolla. Ela vivia no ombro dele, cantava, fazia uma festa danada e a gente está sentindo muita falta dela”, lamentou a aposentada.
A preocupação da idosa é com a alimentação de Lolla, pois a dieta dela é recomendada pelo criatório onde ela foi adquirida e também pelo veterinário. “Ela está acostumada com a uva, maçã, banana, milho verde cozido e alguns biscoitos apropriados”, disse Marlene. “Estou preocupada. Alguém pode estar dando arroz para ela e arroz tem gordura. Gordura escurece a plumagem dela, além de fazer mal. Ela pode morrer”, lamentou.
De acordo com a idosa, o apartamento está triste sem Lolla. “Ela ficava o dia todo observando o movimento na rua Marques de Maricá, através do vidro da janela. Fica um monte de pássaros em uma árvore muito frondosa em frente e ela ficava olhando”, disse.
A aposentada conta que a filha dela sempre mantinha as janelas fechadas, deixando apenas uns três dedos de abertura para entrar ar. Ela acredita que Lolla tenha forçado a janela da cozinha e conseguiu abrir mais um pouco e fugir. 'Morro de calor dentro do apartamento. O meu marido também, mas nada pode ficar aberto. As pessoas falavam para minha filha cortar as asas da Lolla, mas ela era contra cortar”, disse Marlene.
A aposentada não acredita que Lolla tenha batido asas atrás de um flerte. “O namorado dela está aqui com a gente e tem 3 anos. Ela é muito novinha para namorar. Ela só tem um aninho e é na faixa de 3 anos que começa o período de procriação”, comentou.
Há 20 dias, Lolla foi vista na área de serviço de um prédio da rua Mar de Espanha, também no Santo Antônio.
Ela foi atraída pelo barulho de outras aves criadas no apartamento e o morador a alimentou com manga e a fotografou, mas não conseguiu capturá-la. Lolla carrega uma anilha com um número de identificação.