Inaugurado há exatos 15 anos como símbolo da recuperação de uma área assoreada nos arredores da lagoa da Pampulha, o Parque Ecológico Promotor Francisco Lins do Rêgo – conhecido como Parque Ecológico da Pampulha – faz aniversário nesta terça-feira (21) com uma de suas principais atrações em estado de abandono: o Memorial da Imigração Japonesa. O monumento de arte contemporânea, que celebra os laços entre Minas Gerais e o Japão, está fechado há dois anos por falta de manutenção. Sem previsão para reabrir o espaço, a Prefeitura de Belo Horizonte busca parcerias a fim de levantar recursos para a obra de revitalização.
Aos poucos, a ferrugem corrói as laterais das pontes que dão acesso ao salão vermelho do memorial, um espaço em formato circular, criado originalmente para promover momentos de reflexão aos visitantes. Sob o pavilhão, o espelho d’água límpido que representava o oceano deu lugar a tanques de água parada em tom esverdeado. A Fundação de Parques e Zoobotânica de Belo Horizonte garantiu, por meio da assessoria de imprensa, que, apesar do cor, a água é tratada e bombeada com frequência.
Para impedir a entrada de cerca de 14 mil pessoas que visitam o parque mensalmente, a administração fechou o acesso principal com correntes e instalou um aviso sobre o risco da presença de carrapatos na área. No entanto, segundo a fundação, o motivo da interdição do memorial é a falta de manutenção estrutural. “A revitalização do espaço já está elencada entre as demandas prioritárias entre as dos demais 74 parques da cidade”, informou o órgão.
Apesar do abandono da atração, quem conhece o parque diz que a visita aos 30 hectares de área verde vale a pena. “É um passeio mais tranquilo para aproveitar a bela paisagem”, disse o estudante Lucas Eduardo Silva Reis, que escolheu o parque como espaço para comemorar o aniversário de 15 anos ao lado da família na última sexta-feira.
Carrapato é risco para visitantes
A ameaça da febre maculosa, doença que matou ao menos duas pessoas que visitaram a região da Pampulha nos últimos três anos, ainda é motivo de preocupação no parque ecológico. Placas espalhadas pela área verde alertam o público para o risco da presença do carrapato-estrela, transmissor da enfermidade.
Para evitar o contágio, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de BH orienta que o público use roupas brancas para frequentar o local, evite se sentar no gramado e examine o corpo a cada três horas. O manejo das capivaras, hospedeiras do carrapato, foi concluído em outubro.