A partir da próxima segunda-feira (7) fica proibido o consumo de bebidas alcoólicas em bares e restaurantes de Belo Horizonte, conforme publicado no Diário Oficial do Município (DOM). Comerciantes têm um novo cronograma de funcionamento. As ações são em combate à transmissão do Coronavírus.
De acordo com a edição do DOM desta sexta-feira (4), a consumação de outros alimentos e bebidas não alcoólicas continua permitida nos estabelecimentos.
De acordo com o boletim epidemiológico divulgado pelo município nessa quinta-feira (3), Belo Horizonte tem 1.675 mortes pelo Coronavírus.
O último número de casos confirmados foi de 55.039. A taxa de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para Covid-19 na capital está em 45,7%. A de leito de enfermaria também para pacientes com a doença é de 45,5%.
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Proibição desagrada setor
A proibição do consumo de bebidas alcoólicas em bares, restaurante e similares a partir da próxima segunda-feira pegou o setor de surpresa. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes em Minas Gerais (Abrasel-MG), que já entrou na Justiça antes para solicitar a reabertura dos estabelecimentos, considera agora a possibilidade de uma nova judicialização, caso não haja acordo com a prefeitura. Os locais tinham obtido autorização para comercializar bebida alcoólica no dia 4 de setembro.
Segundo o presidente da entidade, Matheus Daniel, na prática, a restrição inviabiliza o funcionamento de muitos bares da capital, que vivem da venda de bebida. "Para o pessoal que vende almoço, beleza. Mas quem vive de petisco à noite vai fechar, vai quebrar e demitir em massa", afirma. "Muitos bares e restaurantes estocaram produtos para o feriado e para atender pequenas comemorações de grupos, e, agora, o que a prefeitura sugere que eles façam com esse estoque?", questiona.
Para Matheus Daniel, o aumento do número de casos de coronavírus pode estar relacionado ao período eleitoral. Ele diz que, se não houver acordo, a Abrasel-MG pretende judicializar a questão ainda neste final de semana. "A prefeitura está se negando a cumprir a obrigação dela de órgão fiscalizador. A gente sabe que tem bar e restaurante que não cumpre (os protocolos), mas tem muita festa clandestina, e quem vai pagar a conta é só o setor?", pontua. Segundo ele, se a medida persistir, o novo índice de quebra entre os estabelecimentos deve ser de 30% a 40%.
Na avaliação do presidente do Sindicato de Hotéis, Motéis, Restaurantes e Bares de Belo Horizonte e Região Metropolitana (Sindbares), Paulo Pedrosa, judicializar não é o melhor caminho. Ele diz que a entidade vai buscar o diálogo com a prefeitura e reconhece que parte dos estabelecimentos do setor não respeitou as normas de prevenção contra o coronavírus. "Nós tivemos casos de irresponsabilidade, colegas nossos desobedecendo protocolo. Falta de aviso não foi, e poderia ser pior, como um lockdown. Os justos estão pagando pelos pecadores", afirma.
De acordo com Pedrosa, a expectativa era de que as vendas em dezembro fossem em torno de 30% maiores em relação ao mês passado, com os encontros de final de ano. "Esperamos que o decreto não dure muito tempo, porque dezembro é o nosso melhor mês. Temos 13º para pagar, e muitos bares fizeram estoque de cerveja por causa da onda de aumento de preços", diz. Segundo ele, cerca de 2.000 empresas do setor fecharam definitivamente as portas durante a pandemia e em torno de 15 mil pessoas foram demitidas.
Matéria atualizada às 18h57