Coronavírus

Penitenciárias de Minas Gerais têm 210 detentos com Covid-19 e uma morte

Detentos infectados estão em penitenciárias de doze cidades mineiras; número de servidores afastados com suspeita ou confirmação não é divulgado

Por Lara Alves
Publicado em 27 de junho de 2020 | 13:55
 
 
 
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Oito semanas depois da confirmação do primeiro caso de coronavírus em uma penitenciária de Minas Gerais, o número de infectados do sistema prisional multiplicou-se em mais de duzentas vezes. Estatística da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) aponta que até este sábado (27) são 210 custodiados testados positivo para a Covid-19 – apesar de um deles estar cumprindo prisão domiciliar com monitoramento por tornozeleira eletrônica. Uma morte por coronavírus aconteceu no sistema penitenciário até o momento.

Aqueles que apresentam sintomas da infecção e têm diagnóstico confirmado, cumprem um período de quarentena dentro das próprias unidades e são acompanhados por equipes de saúde. A Secretaria indicou que os 210 detentos infectados estão assintomáticos ou apenas com leves indicativos da Covid-19. As alas em que cada um deles permaneceu precisaram ser isoladas e desinfectadas. Existe uma orientação para que privados de liberdade e servidores usem máscaras como medida de prevenção.

Os casos estão espalhados em doze unidades de Minas Gerais instaladas em diferentes cidades. Em Belo Horizonte, apenas o Centro de Remanejamento Prisional (Ceresp) do bairro Gameleira, na região Oeste da capital, concentra detentos infectados. Na cidade de Ribeirão das Neves os casos aconteceram no presídio Inspetor José Martinho Drumond. Existem registros também nas unidades de Águas Formosas, Divinópolis, Pitangui, Iturama, Manhumirim, Bocaiuva, Pompéu, Formiga, Sete Lagoas e São Joaquim de Bicas – na unidade II.

Embora confirme o número de pessoas privadas de liberdade infectadas no sistema prisional, o Departamento Penitenciário de Minas Gerais (Depen-MG) declarou que não pode publicar quantos servidores foram afastados por suspeita ou confirmação de Covid-19 por “questões de segurança”.

Porta de entrada

O Estado de Minas Gerais escolheu 30 presídios para funcionar como “porta de entrada do sistema prisional” ainda no mês de março. Estas unidades passaram por processos de transferência de presos para que funcionassem como centros de triagem. Ou seja, cada novo detento do sistema penitenciário, independente de onde ele seja, fica em uma unidade de triagem próxima à região de origem por um período de 15 dias, equivalente à quarentena, antes de ser transferido para o presídio onde cumprirá pena.

Protocolos

A Sejusp declarou que adotou uma série de medidas para combater a propagação do coronavírus em unidades prisionais do Estado. A primeira delas foi a suspensão das visitas de familiares e amigos e a entrega presencial dos kits com alimentos e remédios, antes mesmo da confirmação do primeiro caso que aconteceu no começo de maio na penitenciária de Botelhos, no Sul de Minas Gerais. Segundo o órgão, as conferências judiciais estão sendo adaptadas aos poucos para acontecer apenas pela internet de forma a evitar o deslocamento de presos e diminuir o risco de contágio.

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