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PF indicia 11 por irregularidades em Memorial da Anistia da UFMG

Onze pessoas foram indiciadas pela prática de crimes cujas penas máximas somadas totalizam 32 anos

Por Natália Oliveira
Publicado em 12 de setembro de 2019 | 11:46
 
 
 
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A Polícia Federal (PF) concluiu o inquérito das investigações sobre as irregularidades na execução do projeto de implantação do Memorial da Anistia Política do Brasil, financiado pelo Ministério da Justiça e executado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Onze pessoas foram indiciadas pela prática de crimes cujas penas máximas somadas totalizam 32 anos.

A operação “Esperança Equilibrista", deflagrada em 2017, concluiu que "quanto à ação de pesquisa de conteúdo e produção da Exposição de Longa Duração, foi possível constatar fortes indícios da prática de crimes de associação criminosa, uso de documentos ideologicamente falsos, desvio de verba pública, concussão, estelionato e prevaricação", informou a polícia.

A Polícia Federal descobriu ainda que "a maioria dos estudantes e dos pesquisadores que recebiam bolsas para desenvolver pesquisas de conteúdo para a Exposição de Longa Duração foi instada a repassar parte de suas bolsas para alguns investigados. Em outra situação, ao induzir bolsistas a engano, alguns investigados obtiveram parte da remuneração dos pesquisadores", disse a PF.

Ainda de acordo com a PF, foram gastos no projeto despesas estranhas ao ao previsto que beneficiava fornecedores e colaboradores. As provas reunidas no inquérito policial demonstram tentativas de esconder o descontrole e o desvio dos gastos por meio de prestação de contas com dados falsos.

O projeto foi assinado em 2009 e previa a reforma do edifício histórico denominado Coleginho, no bairro Santo Antônio, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, a construção de prédios anexos e de uma praça de convivência; e a produção de uma Exposição de Longa Duração no Coleginho reformado.

O custo inicial do projeto era de pouco mais de R$ 5 milhões. Após seis aditivos, o projeto atingiu a quantia de mais de 28 milhões, dos quais mais de 19 milhões foram efetivamente pagos, tendo sido destinados 6,7 milhões à produção da Exposição de Longa Duração; e o restante, para a obra.

Leia a nota da UFMG

"À UFMG coube a execução do projeto do Memorial da Anistia, seguindo de forma estrita regras, cronograma de execução financeira e critérios de avaliação estabelecidos pelo Ministério da Justiça. A Universidade é um patrimônio do nosso país, se mantém (como sempre esteve e estará) à disposição das autoridades, confiante que todas as circunstâncias serão esclarecidas com a análise objetiva e imparcial das evidências".

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