OPERAÇÃO PROTEÇÃO ESCOLAR

PM aposta em redes de segurança para garantir paz nas escolas de Minas Gerais

Alunos, pais e professores devem participar de conselho comunitário de segurança escolar; operação tem início nesta segunda (10)

Por Rayllan Oliveira
Publicado em 10 de abril de 2023 | 11:34
 
 
 
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Como parte de uma agenda nacional criada com o objetivo de aumentar a segurança nas escolas da rede pública e privada, a Polícia Militar de Minas Gerais lançou a Operação de Proteção Escolar nesta segunda-feira (10). Os trabalhos consistem na criação de um conselho comunitário de segurança escolar, que reúne professores, pais, alunos e a polícia. 

"Essa operação mobiliza todos os serviços que já são feitos para fomentar as redes de proteção nas escolas, como o Proerd, a Patrulha Escolar e o serviço de meio ambiente. Então esse trabalho consiste em convidar essas pessoas que fazem parte do ambiente escolar para que elas troquem informações", explica o capitão Cristiano Araújo, da Polícia Militar de Minas Gerais. Conforme o capitão, essa comunicação direta, por meio de aplicativos de conversas e grupos em plataformas digitais, irá auxiliar a prevenção nas unidades. "Se os pais suspeitarem de alguém no entorno da escola, eles poderão informar para que algum trabalho possa ser feito", completou. 

A operação será por tempo indeterminado, mas os trabalhos serão intensificados nestas primeiras semanas de abril para a criação das redes. Ao todo serão 127 novas viaturas distribuídas em todo o Estado, e cerca de 160 policiais mobilizados em Belo Horizonte e região metropolitana. O reforço na segurança no entorno das escolas tem início após um ataque em uma creche em Santa Catarina, na última quarta-feira (5), e em São Paulo, no dia 26 de março.

"Nós vamos frequentar as escolas da rede estadual, em um primeiro momento, levando essa intenção de mobilização da rede. As escolas municipais em uma ação com as guardas municipais, as particulares também. Lembrando que é uma ação da Polícia Militar, mas que precisa de uma correspondência das escolas e dos responsáveis para que todos participem. Uma ameaça para uma escola é uma ameaça para todas", detalhou o capitão.

Vídeo de ameaça

Neste final de semana, circulou nas redes sociais um vídeo sobre possíveis atentados que poderiam acontecer entre os dias 10 e 20 de abril em escolas de todo o país. A "Lista do Massacre", texto escrito com números no lugar de algumas letras para escapar da "censura", indica que os atos podem ocorrer em cinco Estados, entre eles Minas Gerais, onde 35 cidades foram listadas.

De acordo com o capitão Cristiano Araújo, o serviço de inteligência da Polícia Militar investigou a origem do vídeo e apontou que ele possui indícios de "fake news" - informação falsa. O caso, segundo o capitão, também será investigado pela Polícia Cívil, a fim de localizar os responsáveis pelo conteúdo. "A gente pede que a população não acredite em qualquer ameaça, que essa sensação de insegurança por causa dos casos recentes não atrapalhe a rotina, o dia a dia", justifica.

Conforme mostrado por O TEMPO, a publicação com o vídeo viralizou entre estudantes e usuários da rede. Em um intervalo de apenas 10h, foram cerca de 61 mil curtidas e 18 mil comentários temerosos em uma das redes. Uma estudante de 17 anos, matriculada em uma escola de Belo Horizonte, recebeu o vídeo em uma de suas redes sociais.

"Não é de hoje que vejo esse tipo de alerta, minha amiga semana passada mandou um vídeo bem parecido com este e pensamos que seria fake news, algo momentâneo. O sentimento que fica é de receio de ir pra escola, pois mesmo não tendo certeza do que pode acontecer, com o mundo hoje em dia não dá pra duvidar de nada. Pensamos em entrar em contato com a coordenação, mas queríamos ter um pouco mais de certeza antes de fazer isso", disse a jovem.

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