A Polícia Civil de Minas Gerais abriu um inquérito para investigar a autoria do vídeo que mostra a Central de Abastecimento (Ceasa) de Minas Gerais, em Contagem, supostamente desabastecida. O vídeo chegou a ser divulgado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), na manhã desta quarta-feira (1º) como se fosse verdadeiro e causado pelas políticas de isolamento contra o novo coronavírus.
No vídeo, um homem, que diz ser produtor rural, filma as instalações da Ceasa vazias como se esta fosse a situação real, provocada por uma falta de abastecimento ocasionada pelo isolamento sugerido pela maioria de governadores e prefeitos, além da Organização Mundial de Saúde (OMS), para combater a propagação do novo vírus.
O desabastecimento foi desmentido pelo presidente da Associação Comercial da CeasaMinas, Noé Xavier da Silva, que gravou outro vídeo explicando que a Central mineira não tem nenhum tipo de problema relacionado a desabastecimento. O vídeo com as afirmações falsas foi feito durante o período de higienização do espaço.
Segundo o delegado Rodrigo Bustamante, "a PCMG já iniciou a sua investigação para apontar a identificação de quem o fez e imputar a ele a responsabilização criminal que cabe ao fato". É contravenção penal provocar alarme, anunciando desastre ou perigo inexistente ou praticar qualquer ato capaz de produzir pânico ou tumulto, de acordo com o artigo 41 da Lei de Contravenções Penais.
Bolsonaro, na noite desta quarta-feira, chegou a pedir desculpas por ter compartilhado o vídeo. "Quero me desculpar, não houve a devida checagem do evento. Pelo o que parece aquela central de abastecimento estava em manutenção. Quero me desculpar publicamente, foi retirado o vídeo rapidamente. Acontece, a gente erra na notícia. Eu tenho a humildade de me desculpar sobre isso", declarou o presidente, em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, da TV Bandeirantes.