Foram enviados à Justiça nesta terça-feira (17) os pedidos de mandado de prisão de um homem e uma mulher que estariam envolvidos em depredação de patrimônio público e privado na região central de Belo Horizonte durante as manifestações dos últimos dias. A informação é da Polícia Civi (PC).
Segundo o órgão, a delegada Gislaine de Oliveira Rios, que integra a força-tarefa montada para investigar o caso, afirma que colheu elementos comprobatórios suficientes para justificar a representação pela prisão preventiva do casal.
A delegada afirma que os envolvidos agiram na companhia de dois adolescentes. "O grupo usou um machado e um skate para atacar o comércio e um ônibus, na praça Raul Soares e na avenida Amazonas. Eles portavam uma máscara contra gás lacrimogênio. Já ouvimos comerciantes e outras testemunhas que os reconheceram", afirma a policial.
Outros suspeitos de cometer depredações pela cidade são alvo da equipe de investigadores. Além de pedir os dois mandados de prisão, a PC avança na investigação que busca confirmar a identidade dos envolvidos na depredação do Detran na última quinta-feira (12). Já foi colhido o depoimento de um jovem, à época menor de idade e que está completando 18 anos nesta terça (17).
A delegada Gislaine ouviu, ainda, a mãe do adolescente, que demonstra insatisfação com o comportamento do filho nos últimos meses. Pelo depoimento da mãe, o menor teria sido recrutado para integrar um grupo composto por pessoas do Rio de Janeiro, São Paulo e Goiás. Para mostrar aos líderes a sua disposição em integrar o movimento, o garoto teve que promover quebradeiras em Belo Horizonte, há alguns meses, tendo sido, inclusive, apreendido pelo ato.
Na última sexta-feira (13), a Justiça expediu mandados de prisão para quatro pessoas que estariam envolvidas na depredação de uma viatura da Polícia Civil, na porta do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), na última quinta-feira (12). Entretanto, ainda no mesmo dia a Defensoria Pública entrou com um recurso e o juiz plantonista revogou o pedido de prisão de três deles.
Máscaras proibidas
O Projeto de Lei (PL) 4.474/13, que proíbe o uso de máscaras em manifestações e que foi aprovado em segundo turno pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na segunda-feira (16), já virou lei. Apesar dos 15 dias que o PL tinha para ser analisado para sanção ou veto, o governador do Estado Alberto Pinto Coelho decidiu sancioná-lo já nesta terça-feira (17), um dia após aprovação na ALMG.
Com isso, a partir desta quarta-feira (18), quando a lei deverá ser publicada, os manifestantes que estiverem mascarados durante os protestos terão que se identificar à polícia sempre que solicitado, com pena de multa de até R$ 26 mil. De acordo com o texto da lei, que não foi modificado em nada desde a sua primeira aprovação, a restrição será aplicada nos casos em que a camuflagem desperte a suspeita de que será usada na prática de depredações.