A Polícia Federal, a Receita Federal e o Ministério Público Federal (MPF) deflagraram, na manhã desta quinta-feira (11), a Operação "E o Vento Levou", quarta fase da Operação "Descarte".
Foram realizadas buscas nos setores financeiro e jurídico da Cemig, na sede que fica à avenida Barbacena, no bairro Santo Agostinho, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, e no prédio da Andrade Gutierrez, na avenida do Contorno.
As buscas foram resguardadas pela Justiça Federal de São Paulo que expediu 26 mandados de busca e apreensão para os endereços das pessoas e empresas envolvidas na investigação. Fora do Estado, os trabalhos também se expandiram para o Rio de Janeiro, São Paulo, Mogi das Cruzes e Taubaté.
Os investigados responderão pelos crimes de sonegação fiscal, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, associação criminosa e falsidade ideológica.
Esquema fraudulento
De acordo com a Polícia Federal, o objetivo da operação é apurar um desvio milionário de dinheiro da Cemig. O esquema aconteceu através de um aporte de R$ 850 milhões na empresa Renova Energia SA, com posterior repasse de parte deste recurso por meio do superfaturamento de um contrato com a empresa Casa dos Ventos e o escoamento dos valores através de transferência a outras empresas.
A Receita Federal explicou ainda que, pelo menos, R$ 40 milhões de reais do valor do aporte foram desviados por meio de contratos fraudulentos.
O dinheiro desviado teria sido convertido em espécie e distribuído a diversas pessoas. Entre elas, podem estar executivos e acionistas da Andrade Gutierrez, da Cemig, da Renova e da Casa dos Ventos. Todos são suspeitos de envolvimento com a fraude e, além desses operadores, outras empresas foram usadas para escoar o dinheiro desviado.
A Companhia Energética de Minas Gerais - Cemig informa que, na manhã desta quinta-feira (11/4), agentes da Polícia Federal e da Receita Federal estiveram na sede da empresa em Belo Horizonte para cumprir mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal de São Paulo em razão de indícios da prática de desvios de recursos em prejuízo da Cemig, em investigação de fatos ocorridos anteriormente a 2015, na empresa Renova, com sede na capital paulista.
Resposta da Cemig
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Cemig enviou nota sobre a operação. Confira na íntegra:
"A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) informa que, na manhã desta quinta-feira (11/4), agentes da Polícia Federal e da Receita Federal estiveram na sede da empresa em Belo Horizonte para cumprir mandado de busca e apreensão expedido pela Justiça Federal de São Paulo em razão de indícios da prática de desvios de recursos em prejuízo da Cemig, em investigação de fatos ocorridos anteriormente a 2015, na empresa Renova, com sede na capital paulista.
A Cemig esclarece que está em total colaboração com as autoridades e que também tem interesse na rápida evolução dessas investigações. A empresa reforça o seu compromisso com a transparência e que manterá o mercado e a sociedade informados sobre a evolução desses fatos ocorridos no passado."
"E o Vento Levou"
A Receita Federal informou que o nome da fase da operação faz referência à participação de empresas do setor eólico que tiveram papel determinante no esquema fraudulento.
Matéria atualizada às 12h55