Solidariedade

Professor se emociona com história de morador de rua e o presenteia com violão

Após reportagem do jornal Super Notícia, Michael Cristiano decidiu fazer a doação; encontro aconteceu na praça Rio Branco, nas imediações da rodoviária da capital, onde Wagner Fernandes vive

Por Thaís Mota
Publicado em 15 de maio de 2020 | 18:51
 
 
 
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A história do morador de rua que teve seu violão furtado na praça da Estação, região Central de Belo Horizonte, contada pelo jornal Super Notícia desta sexta-feira (15), tocou o coração do professor Michael Cristiano, de 38 anos. 

Ele soube do caso pelas redes sociais e decidiu doar o instrumento que ganhou da mãe a Wagner Fernandes, de 32 anos. O encontro aconteceu na praça Rio Branco, nas imediações da rodoviária da capital, onde o morador de rua vive, e foi transmitido em uma live no Facebook do jornal O TEMPO.

“Eu curto a página do jornal O TEMPO e vi uma publicação que chamava para a ‘voz do Seu Jorge’ e parei para escutar. Eu me surpreendi com a voz do rapaz e acompanhei até o final, que foi quando eu descobri que ele tinha perdido o violão dele. Então, como eu tinha um violão em casa parado, mesmo que ele tenha sido um presente da minha mãe, eu resolvi trazer para poder doar para esse rapaz”.

Confira o encontro entre eles:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Ao receber o presente, Fernandes se emocionou e disse que agora está completo. “Estou com a alma preenchida, porque o violão faz parte da minha alma. Então, já até combinei com um amigo que não vou dormir com o violão na rua, e ele vai guardar para mim todo dia. Agora, eu vou tomar esse cuidado”.

O professor também se emocionou ao conhecer o morador de rua e passar alguns momentos ao seu lado. “Foi um espetáculo. A gente vê que há potencialidades nas ruas que são renegadas por nós, e trazer um pequeno objeto, que talvez para alguns é insignificante, mas que para o outro traz uma emoção tão grande, proporciona uma alegria imensa para o nosso coração. Eu agradeço a Deus pela oportunidade de presenteá-lo com esse violão”.

Após o encontro emocionante e acompanhado por vários outros moradores de rua e pessoas que que passavam pelo local, Wagner Fernandes tocou uma música pedida pelo professor que o presenteou com o violão: “Assim Caminha a Humanidade”, de Lulu Santos.

Repercussão

O morador de rua Wagner Fernandes contou que, antes mesmo de ganhar o violão, já tinha percebido que sua aparição no jornal tinha chamado a atenção. Ao se dirigir às imediações do Albergue Tia Branca, no bairro Floresta, região Leste da capital, na manhã desta sexta-feira, ele notou que muitos moradores de rua que passam o dia na região já falavam sobre ele.

"Quando cheguei lá, tinha muita gente, porque estava acontecendo uma doação de marmitas, e eu comecei a ouvir as pessoas dizendo que eu estava famoso. Mas, pelo fato de eu cantar e tocar em bares e nos ônibus, eu pensei que era por causa disso. Eu nem tinha lembrado do jornal. Aí me mostraram o jornal, que eu peguei e tá ali comigo, porque vou guardar, e aí que li a reportagem e vi as fotos”.

Ainda segundo ele, logo após ler tudo e pegar sua marmita, decidiu voltar à praça Rio Branco porque imaginou que alguém pudesse procurá-lo após a reportagem. “Eu não pensei que seria uma matéria tão grande, com duas páginas e capa, e então imaginei que a história poderia estar repercutindo. Aí, de imediato eu vim para cá”.

Fernandes disse ainda ter ficado muito feliz ao saber pela equipe do jornal O TEMPO de toda a repercussão de sua história nas redes sociais. “Aqui que fiquei sabendo de todos os comentários, pessoas que se sensibilizaram com a minha história e pessoas querendo ajudar. Isso é bacana demais, porque a gente que vive à margem da sociedade já é condenado só pelo olhar das pessoas, então receber esse carinho e esse retorno positivo é magnífico”.

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