Trabalho

Projeto Antenados profissionaliza 33 jovens em Betim

Com o trabalho que conseguiu, Ítalo pode ajudar a mãe nas despesas

Publicado em 25 de novembro de 2017 | 03:00

 
 
Projeto Antenados profissionaliza 33 jovens em Betim Projeto Antenados profissionaliza 33 jovens em Betim Foto: MARIELA GUIMARAES / O TEMPO
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Começou como um passatempo, e, hoje, Ítalo Pierre de Oliveira, 17, já dá os primeiros passos como fotógrafo e, com isso, consegue ajudar a mãe, a técnica em enfermagem Célia Regina de Oliveira, 42, nas despesas de casa. Ítalo é um dos 33 alunos que se formaram nessa sexta-feira (24) no projeto Antenados, desenvolvido pelo Instituto Ramacrisna, na região do Vianópolis, em Betim, na região metropolitana da capital.

O adolescente, que começou a fotografar as missas da igreja do bairro utilizando uma câmera analógica, já sabe o que fazer no vestibular e sonha em montar o próprio negócio em breve. “Nunca imaginei, mas me encontrei aqui. Só de saber que posso ajudar minha mãe e, aos poucos, investir em novos equipamentos, me animo a continuar. É bom saber para onde ir”, entusiasma-se.

Há dez anos ensinando jovens a fotografar e a editar vídeos, o projeto, voltado a pessoas que estão cursando ou que terminaram o ensino médio já ofereceu formação a mais de 3.300 alunos.

Transformação. Para a vice-presidente do Ramacrisna, Solange Bottaro, o importante não é a quantidade de alunos formados, mas a transformação deles na comunidade.

“Queremos ver os resultados desses jovens, que tenham uma vida digna, sejam respeitados, tenham seus sonhos e sua autoestima melhorada”, afirmou Solange.

O Instituto Ramacrisna oferece mais de 18 cursos para alunos a partir de 6 anos.

Reconhecimento. Em comemoração a uma década da iniciativa, o Projeto Antenados selecionou 20 jornalistas para uma premiação simbólica na próxima quarta-feira.

Coordenador foi da primeira turma

Coordenador do Antenados, Cledemar Duarte foi integrante da primeira turma do projeto, em 2007. Ele saiu para fazer jornalismo e voltou como instrutor.

“Ser o coordenador foi um processo de crescimento pessoal e profissional. Projetos como esse são essenciais. O Brasil deveria ter mais iniciativas como essa. O jovem acaba se perdendo para a criminalidade e a violência, e, quando se tem a oportunidade de pensar no futuro, é uma nova chance”, destacou Duarte.

Quem pretende seguir os mesmos passos dele é Rayane Marques, 23. Desempregada, a jovem viu no curso do instituto uma nova oportunidade. “Já produzo books para gestantes e crianças. É bom fazer o que se gosta e ser útil”, disse.

Ela contou que mora com a sogra e o marido, que está desempregado. “Tenho ganhando algum dinheiro, que tem me ajudado”, disse.