"Não estamos contaminando mais pai e mãe, não. Nós estamos contaminando o filho. Então aviso para a população: quem não tem medo de matar o avô ou a avó, cuidado para não matar um sobrinho e o filho". A frase é do prefeito Alexandre Kalil (PSD), que nesta sexta-feira (5) detalhou o atual cenário de Belo Horizonte na pandemia.
Conforme o gestor, a nova cepa da Covid-19 está afetando com mais gravidade as crianças. Hoje, quatro estão internadas com a doença e outras quatro aguardam hospitalização. É a primeira vez desde o ano passado que BH registra demanda pediátrica por causa do coronavírus.
"Você está alarmado? Estou, porque isso toca o coração da gente profundamente. Quando se mexe com doença misturada com criança, não é brinquedo", disse o prefeito. Por causa da crise, BH retornou à estaca zero no processo de flexibilização. A partir deste sábado (6), apenas os serviços essenciais terão permissão para funcionar.
Ao apresentar os motivos que levaram ao recuo, Kalil disse: "Você vai parar de passar o vírus para o seu pai, para a sua mãe, para o seu tio e para seu avô. Você agora vai passar para o seu sobrinho, na hora de brincar com ele, para o seu filho, na hora de passar o fim de semana com ele".
A prefeitura informou que a cidade permanecerá fechada até que os índices de monitoramento da pandemia melhorem, sem estipular um prazo. Kalil se desculpou com os comerciantes, mas foi enfático: "Nós vamos liderar a campanha pela vida até o final do meu mandato".
Crise em BH
Atualmente, a taxa de transmissão da Covid-19 em BH está no nível de alerta, em 1,16. O índice representa que cada 100 infectados transmitem a doença para 116 pessoas. Ou seja, o coronavírus continua acelerando.
A ocupação dos leitos de UTIs específicos para pacientes com a enfermidade apresenta o patamar mais crítico dos três indicadores que medem o avanço da pandemia no município. A lotação é de 81%, e está no nível vermelho. Nas enfermarias, 61,9%, das vagas estão preenchidas.