O assunto voltou. A Linha 2 do metrô de Belo Horizonte - trecho Calafate / Barreiro - faz parte, novamente, das rodinhas de conversa de moradores do Barreiro. Mas, se por um lado, as pessoas querem acreditar que agora, sim, o projeto vai ser realizado, por outro, a descrença fica martelando, depois de mais de 20 anos de promessas e nada de concreto acontecendo. Nessa quarta-feira (21), o governo federal publicou o decreto que autoriza estudos de viabilidade e possíveis parcerias para construção, operação e manutenção da linha.
A vendedora autônoma Marlene Pereira, de 50 anos, nasceu e foi criada no Barreiro e conta que, desde pequena, ouve sobre a possibilidade de o metrô chegar à região. “Ia beneficiar muito a ida e vinda dos trabalhadores. A gente gasta quase duas horas para chegar ao centro (de BH). Moro no Tirol e não tenho ônibus para a área hospitalar, tenho que ficar pegando ônibus ‘emprestado’ (de outro bairro). O metrô aqui vai facilitar o trajeto. É aguardar para ver se vem mesmo”, disse.
A doméstica Nilma Martins, de 50 anos, mora em Ibirité, na região metropolitana, e todos os dias tinha problemas para chegar ao trabalho, na capital.
"Tinha pouco ônibus, eu ia de madrugada. Se na época já tivesse um metrô que me desse a possibilidade de chegar ao trabalho seria bem melhor. A gente espera para ver como vai ser, mas nunca apresentaram nem o projeto direito", disse.
"Dá esperança para o povo, depois tira", diz usuário
Demora para se deslocar e gasto alto com passagem de ônibus são os principais pontos citados por quem precisa do serviço. “Desde sempre a gente enfrenta problema aqui quando o assunto é transporte”, ressaltou o entregador Alexandre Garcia Lima, de 23 anos.
Ele disse que já teve tanto vai e vem sobre o projeto da Linha 2 que só acredita vendo. “Não confio, teve muita promessa por aqui. Dá esperança para o povo, depois tira, dá esperança de novo, e fica assim”, desabafou o entregador.
O segurança Aguinaldo de Jesus Almeida, de 53 anos, acredita que a Parceria Público Privada (PPP), caso realmente seja realizada, pode acelerar a construção da Linha 2.
"No início, eu era contra as PPPs, mas, agora, eu percebo que com a PPP as coisas funcionam. Com essa possibilidade para o metrô, eu acredito que seja um novo e bom caminho. Já devia ter feito isso há muito tempo", finalizou.