Paraopeba

Rompimento de adutora da Copasa deixa 1 milhão sem água em Betim e região

Ao menos 60 bairros da capital, de Contagem e de Betim começaram, nesta sexta-feira (4), a registrar falta de água

Publicado em 04 de março de 2022 | 15:18

 
 
Rompimento de adutora da Copasa deixa 1 milhão sem água em Betim e região Rompimento de adutora da Copasa deixa 1 milhão sem água em Betim e região Foto: O TEMPO

A queda da adutora da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) que atravessa o rio Paraopeba entre Juatuba e Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, compromete, desde essa terça-feira (1º), a capacidade de abastecimento de um 1 milhão de habitantes.

Ao menos 60 bairros da capital, de Contagem e de Betim começaram, nesta sexta-feira (4), a registrar falta de água. Escolas em Betim suspenderam atendimento e há riscos, inclusive, para o Hospital Regional da cidade. Vários bairros registram falta de abastecimento nesta tarde.

A Copasa, por ora, não informou prazo para reconstituição da ponte. Extraoficialmente, a estatal alegou que a reativação da adutora pode demorar até seis meses.

 

Funcionários da Prefeitura de Betim disseram à reportagem que uma outra adutora teria se rompido na madrugada desta sexta (4). Mas, segundo a Copasa isso não aconteceu. "Foi registrado, sim, um vazamento em uma tubulação na região, que foi sanado pela equipe da Copasa", diz a empresa em nota.

"Nós estamos, neste momento, com vários bairros totalmente sem água, como na região do Vianópolis, Marimbá, que estão abastecidos por caminhões-pipas. As partes mais altas de Betim e a Região Central, também já registram abastecimento insuficiente. Houve inclusive escolas que tiveram que fechar por falta de água. As redes da Copasa são antigas, então, não aguentaram a pressão", completou a presidente da Empresa de Construções, Obras, Serviços, Projetos, Transporte e Trânsito (Ecos) de Betim, Marinésia Makatsuru.

A Defesa Civil de Betim pede que os moradores economizem água porque a situação é crítica, já que, até este momento, não há uma posição oficial da Copasa. 

Acidente

As obras de reparo da adutora da Copasa, na travessia do rio Paraopeba, que se rompeu em Betim, poderão levar meses até a conclusão completa das ações.

O acidente aconteceu no fim da tarde dessa terça (1º), na região de Vianópolis, e deixou moradores de 33 bairros do município sem água até essa quinta-feira (3). As cidades de Juatuba e Mateus Leme também foram afetadas. Segundo a Copasa, as obras de reparação serão divididas em três etapas.

“A primeira, que está em andamento, é para restabelecer o abastecimento da água na região. A segunda consiste na construção de uma rede provisória, em paralelo com a atual. A terceira etapa será a recuperação da adutora”, explica a empresa em nota.

Apesar de o plano de reparo já estar em execução, a empresa ainda não possui uma previsão para a conclusão das obras.

“A primeira etapa foi concluída na quinta (3). Com relação à segunda e à terceira etapas, não podemos falar em prazos, pois ainda iremos definir tanto a tecnologia que será usada quanto a metodologia construtiva que podem interferir no andamento das obras”, esclarece a nota.

Nesta semana, a reportagem de O TEMPO acompanhou parte dos trabalhos dos técnicos da Copasa para identificar o motivo do rompimento. “Nós estamos aqui em um local que estava totalmente submerso com as últimas enchentes do rio Paraopeba. Essa enchente causou uma forte pressão sobre a estrutura (da adutora). Além disso, existem outros indícios (de fatores que podem ter causado o rompimento), mas que, só a partir de uma perícia mais detalhada, a gente poderá afirmar as causas”, detalha o diretor de operações da Copasa, Guilherme Fresson. Parte da adutora rompida está queimada, mas, segundo a empresa, ainda não é possível afirmar que o problema tenha relação com a causa do acidente.

Segundo a Copasa, ainda permanecem sem o abastecimento de água, até esta sexta (4), os bairros Estância Terra Rica, Flores e Florestas, Gentileza, Granjas Califórnia Reunidas, Marimba, Pimentas, Pingo D’água, Santo Afonso I e II, além do Vianópolis. A Defesa Civil de Betim pede que a população faça o consumo racional da água até esta sexta (4), quando o abastecimento deve ser normalizado.