A moradora da rua Minerva Adriana Caboclo viu o momento em que o avião caiu sobre carros no bairro Caiçara, região Noroeste de Belo Horizonte, e relatou momentos de terror na hora do acidente, nesta segunda-feira (21).
“Eu estava deitada quando escutei o barulho e quando eu cheguei (na garagem) o avião estava caindo em cima dos carros. Saíram quatro pessoas queimando de dentro do avião. Um saiu tirando a roupa e abafando o corpo e outro já queimando muito e as pessoas ajudando ele. Joguei um pano para ajudar a apagar o fogo”, contou.
A queda do avião de pequeno porte deixou três pessoas mortas e três feridas. "A aeronave partiu do Aeroporto Carlos Prates, com destino a Ilhéus, na Bahia. O plano de voo determina que quatro ocupantes estavam no avião. Três foram socorridos com vida e levados aos hospitais da região. Um dos ocupantes morreu, a outra vítima estava dentro de um carro e a terceira ainda não confirmamos se era pedestre, se tentou sair de um veículo. Nós ainda não temos a identificação das vítimas", explica o coronel Erlon Dias do Nascimento, subcomandante do Corpo de Bombeiros.
Residentes na região contaram ter ouvido assobios nos instantes que antecederam a queda da aeronave, há ainda relatos de pessoas que escutaram sons de explosão. O morador José Antônio Assunção, que vive no Caiçara, relatou que seguia em seu carro quando percebeu o avião caindo em direção ao chão. Ele precisou sair do veículo às pressas e não sabe se o carro está entre os atingidos.
"Eu estava entrando na rua quando o avião caiu. Ele arrastou vários carros, colocou fogo em todos. Tive que largar meu carro na rua e sair correndo. Não sei se ele foi atingido, estou aqui tentando olhar, mas o quarteirão está fechado", contou.
O aposentado Antônio Aderilton, de 75 anos, cobrou um posicionamento do poder público em relação às quedas do avião.
“Cabe ao poder público tomar uma decisão do que vai fazer, por causa desse tumulto de aeronaves aqui né. Na parte da manhã entre 9h e 10h é terrível. Que eu sei só próximo aqui foram três aviões que já caíram. Quando eu vi a cena da queda para mim foi cena de guerra. A gente sempre fica receoso de acontecer algo pior”, disse.
A energia elétrica da região foi cortada por causa da queda da aeronave e a Rua Minerva está com o trânsito interditado.
O acidente aconteceu nas proximidades do Aeroporto Carlos Prates. Um outro avião, decolado deste ponto, caiu também na rua Minerva no último 13 de abril. Na ocasião, o médico Francisco Gontijo, 45, a quem a aeronave pertencia, não resistiu à queda e morreu.