Em entrevista exclusiva para a rádio Super 91.7 e O TEMPO nesta quinta-feira (9), o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil disse ainda que a prefeitura irá efetuar cortes de cerca de R$ 1 bilhão, o que equivale a 12% das despesas da prefeitura. "Isso já está decido. Todo mundo vai levar pancada", afirmou.
"O que estão 'correndo' em outros Estados, estamos fazendo há quase quatro anos em Belo Horizonte. Não falta leito, remédio, CTI. Existe, na verdade, um trabalho que foi feito, que minora a trabalheira que está todo mundo tendo, e a falta de dinheiro que está todo mundo tendo. Agora, o pior está por vir", disse
E frisou: "Se a população achar que nossa curva está tranquila, que não vamos ter pico, preparem-se para virar Milão. Para jogar corpo em campo de patinação, como se faz na Espanha, porque não tem caixão para enterrar, ou como se faz no Equador, onde estão jogando caixão nas ruas. Essa tranquilidade é mortal, vamos matar nossas mães, nossos pais, nossos tios, nossos entes queridos por uma irresponsabilidade total", disse.
Confira a íntegra da entrevista com o prefeito Alexandre Kalil
Kalil também fez questão de reforçar, em várias ocasiões, o exemplo de Milão no combate à pandemia, que resolveu flexibilizar o isolamento e depois sofreu um boom de casos.
"Em Milão, por exemplo, houve uma curva bastante leve quando liberaram a população. Em dois dias não tinha um leito em Milão, e nem um CTI. É disso que nós estamos tratando, não é de como está. É de como estará. Como que a gente trata uma coisa nova? Com livro, com a história. Já diziam que a história se repete. Como uma cidade do tamanho de Wuhan tratou a pandemia? Com o isolamento social. Ela descobriu o que fazer. E Milão, Londres, a Espanha, descobriram o que não fazer. Então nós temos um exemplo simples, vamos seguir cidades do porte da nossa o que deu certo e não o que deu errado", afirmou.
E pediu para a população de BH não flexibilizar o isolamento. "Eu aviso ao povo de Belo Horizonte: relaxar agora está errado. Vai dar errado. Em quatro dias, se a pandemia chegar a Belo Horizonte, vamos precisar de 14 mil leitos. Nós temos dois caminhos a seguir. Vou seguir o padrão que deu certo ou o que deu errado. Preciso do povo saber disso. Milão saíram pra rua, igual queriam sair aqui para comprar chocolate. É falta de consciencia, o que eu to pedindo é consciencia, só isso".
Prefeito Alexandre Kalil pede ajuda da população no combate ao coronavírus: "O que eu tô pedindo é a consciência, é só isso". Ouça a entrevista exclusiva do prefeito à Rádio Super Notícia, 91,7 FM. pic.twitter.com/MfpG0aC3ds
— O Tempo (@otempo) April 9, 2020