Servidores públicos municipais que trabalham no prédio do antigo Hotel Del Rey, alugado em 2015 pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), na avenida Augusto de Lima, 30, no centro da capital, denunciam ter encontrado a resposta para um surto de diarreia que vinha preocupando os servidores nas últimas semanas. Na sexta-feira, a PBH anexou avisos no local alertando que a água do prédio está contaminada.
“Os resultados preliminares da análise da água do prédio Del Rey apontaram que a água está reprovada para consumo. O laudo oficial será divulgado na próxima segunda-feira, dia 21”, diz o aviso, que a reportagem teve acesso. Os exames constataram presença de “Escherichia coli” na água dos bebedouros, que foi reprovada para consumo. Apenas a água do bebedouro do 15º andar não está contaminada, segundo laudo.
A médica Adriana Paula Vieira, de 49 anos, que trabalha no prédio, no setor de perícia médica da PBH, conta que não estava nem conseguindo trabalhar por causa da diarreia. “O prédio inteiro está com diarreia. Eu estou muito indignada”, reclamou.
Na sexta-feira, ela, que também é perita judicial no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), conta que somente conseguiu trabalhar por ter um banheiro na sua sala. “Eu não aguentaria chegar ao banheiro se fosse no corredor. Eu tive uma diarreia líquida brava”, comentou.
Adriana conta que começou a passa mal desde quando retornou das férias, há um mês. “Eu achava que era alimento estragado que comi na rua”, disse. Na sexta-feira, a médica foi informada que o problema estava na água contaminada do prédio da PBH. “Recebi informativos que apontam coliforme fecal na água. Disseram que estão fazendo a limpeza no prédio e que segunda-feira vão emitir um novo laudo. Acho isso uma absurdo, nada funciona direito no prédio. O elevador não funciona direito”, reclama a médica. “Agora, todo mundo vai ter que levar a sua água para beber. Não vou confiar mais em beber água lá. Alguém deve ser responsável”, afirmou a médica, que promete denunciar a situação à Ouvidoria da Prefeitura. “Também vou buscar orientação no Tribunal de Justiça sobre outras providências”, anunciou a perita judicial.
Em nota, a PBH informou que, em cumprimento à Lei 6673, de 4 de junho de 1994, é realizada uma coleta de água no edifício a cada seis meses, para fins de análise. A última amostra foi coletada essa semana e o laudo oficial sairá na segunda-feira (21). “Como um resultado preliminar apontou água imprópria para o consumo, informamos, imediatamente, a todos os servidores do prédio. Em virtude disso, estamos adotando todas as medidas indicadas pela Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Subsecretaria de Promoção e Vigilância à Saúde, como a limpeza de todos os reservatórios de água do edifício, solicitação, a todos os servidores que passaram por episódios de diarreia nos últimos dias, que entrem em contato com a Gerência de Epidemiologia para investigação das causas e possíveis providências”, diz a nota.
Os servidores que trabalham no prédio serão liberados do trabalho nesta segunda-feira (21), prazo estimado para sair o resultado definitivo da análise. “Destacamos que a Subsecretaria de Promoção e Vigilância à Saúde continuará com a investigação epidemiológica até o total esclarecimento dos fatos”, diz o comunicado.
A PBH alugou 13 andares do prédio do antigo hotel em 2015, no final da gestão do ex-prefeito Marcio Lacerda.
Atualizada às 13h18.