Bairro Jardim Felicidade

Suposto jogo da roleta russa termina em tragédia entre irmãos em BH

Jovem de 18 anos morreu após ter sido baleada na cabeça; segundo o namorado, o autor do disparo foi o irmão dela, de 15 anos

Por Luiz Fernando Motta
Publicado em 21 de fevereiro de 2019 | 08:43
 
 
 
normal

Uma jovem de 18 anos acabou morta na noite dessa quarta-feira (20) após supostamente participar do jogo "roleta russa", juntamente do namorado, também de 18, e do irmão, de 15 anos. O caso aconteceu na casa da vítima, na rua 35, no bairro Jardim Felicidade, região Norte de Belo Horizonte.

A roleta russa é um jogo de azar no qual os participantes colocam apenas uma bala em uma das câmaras do revólver. O tambor da arma é girado e fechado, de forma que a localização da bala seja desconhecida. Os participantes, então, tentam atirar, correndo o risco de matar ou morrer caso a bala esteja na câmara engatilhada.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, a jovem Ana Carolyna Guerra estaria em seu quarto com o namorado assistindo a um filme. Segundo o rapaz, o irmão da vítima chegou com o revólver na cintura. Os três retiraram as munições e Ana colocou apenas um cartucho de volta no tambor da arma.

Nesse momento, o namorado contou à polícia que disse: "Lembra da brincadeira da roleta russa?". Segundo ele, o irmão da menina teria pegado a arma, apontado para a jovem e disparado. A jovem foi atingida pelo disparo, que atingiu a parte frontal da cabeça e saiu pela nuca.

Já na versão do irmão da vítima, Ana estava com a arma apontada para a própria cabeça. Ele, então, teria percebido que a arma estava engatilhada e com a munição no local certo para o disparo. Ao tentar tirar o revólver da mão da irmã, o disparo teria acontecido.

O padastro da vítima contou aos militares que estava no segundo andar da residência quando ouviu o estampido. Segundo ele, quando desceu, já encontrou o irmão e o namorado da garota tentando estancar o sangue com uma toalha. A arma estava no chão do quarto.

Ele tentou socorrer a jovem, a levando de carro até o hospital Risoleta Neves, na região de Venda Nova. No entanto, a vítima não resistiu.

Arma

O revólver calibre 38 foi levado pelo padrasto até a polícia. A arma tinha a numeração raspada e, segundo o namorado da jovem, pertencia a um tio dela, que trabalha como vigilante.

O tio se apresentou à polícia e confirmou que trabalha como vigilante, porém negou a posse da arma.

Uma outra testemunha, no entanto, disse que convivia com Ana e que há duas semanas ela havia comentado que o tio estava morando com a família e tinha um revólver guardado em cima do guarda-roupas.

O vigilante foi levado para o Centro Integrado de Atendimento ao Adolescente Autor de Ato Infracional de Belo Horizonte (CIA), no bairro Barro Preto, para prestar esclarecimentos. O caso será investigado pela Polícia Civil.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!