A Polícia Civil de Juatuba, na região metropolitana de Belo Horizonte, prendeu um ajudante de serviços gerais que confessou ter abusado sexualmente da enteada dele, de 11 anos de idade.
O crime aconteceu em Igarapé, também na região metropolitana, e o suspeito estava escondido numa mata em Juatuba.
O próprio suspeito de estupro procurou a Polícia Civil para pedir proteção, alegando estar sendo perseguido e ameaçado por outras pessoas.
Ele não sabia que eram equipes de investigadores de Igarapé e de Juatuba que estavam no encalço dele, com mandado de prisão preventiva.
O que mais chamou a atenção da polícia é que o suspeito estava acompanhado da mulher dele, a mãe da menina abusada, quando foi pedir proteção. O casal trocava carícias. A suspeita é que ela estaria escondida na mata com ele.
A polícia recebeu a denúncia de estupro depois que a menina de 11 anos procurou um tio materno para reclamar que não aguentava mais ser abusada pelo padrasto.
De acordo com o delegado titular de Igarapé, Edmar Henrique Cardoso, o tio procurou primeiro o Conselho Tutelar.
Segundo o delegado, o suspeito tocava as partes íntimas e obrigava a menina a fazer o mesmo com ele, entre outros abusos, como sexo oral.
"Estamos investigando até onde a mãe da criança tinha conhecimento dos fatos, se o abuso era consensual", disse o delegado. "Há possibilidade, sim, da mãe ter conhecimento desses fatos", disse.
A criança e uma irmã dela de 9 anos, também enteada do suspeito, foram submetidas a exames médicos e não foi constatada conjunção carnal. Não há denúncia se abuso relacionada à criança menor.
Por conta de uma legislação recente, as duas crianças somente serão ouvidas por uma equipe multidisciplinar na Justiça, composta por psicóloga e assistente social.
O suspeito negou inicialmente a denúncia, alegando considerar a enteada como filha. Depois, acabou confessando os abusos.
"Alegou que a menina manifestava interesse por ele ", disse o delegado. O homem não esclareceu o tempo que os abusos demoraram, só fisse que "foram poucas vezes".
Segundo o delegado, a mãe da menina é usuária de drogas e o suspeito alimentava o vício dela.
"A menina não tinha um ambiente familiar favorável para pedir ajuda e recorreu ao tio. A mãe, hora fala que desconfiava dos abusos, hora fala que não sabia. Vamos investigar qual versão é verdadeira", disse o delegado Edmar.
O suspeito tem passagens pela polícia por "vias de fato", segundo o policial.
Pelo abuso sexual, ele pode pegar uma pena superior A seis anos de prisão, por estupro de vulnerável, por ser a vítima menor de 14 anos.
Ele está recolhido em uma cela especial para quem pratica crimes sexuais, no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves.