Triplo homicídio

Tiroteio em beco no Jardim Teresópolis, em Betim, termina com três mortos

Comerciantes locais vivem com medo e sensação de insegurança

Publicado em 07 de março de 2020 | 08:14

 
 
Crime aconteceu nesta avenida Crime aconteceu nesta avenida Foto: Reprodução Google Street View
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No dia depois que um triplo homicídio foi registrado no beco do Guayra, na avenida Belo Horizonte, bairro Jardim Teresópolis em Betim - região metropolitana da capital mineira -, o local amanhece com a movimentação tímida de alguns curiosos que acompanhavam a ação policial que ainda rondava no local. “Prefiro não falar nada sobre o que acontece aqui, moça”, disse um comerciante ao ser questionado pela reportagem.

No boletim policial, mais um crime que, segundo testemunhas, mais uma vez é assinado pela gangue do Gás, que domina o tráfico de drogas na região. Na madrugada de sexta-feira para sábado, por volta das 3h da manhã, a polícia foi acionada. No beco do Guayra, os corpos de dois menores de idade estirados no chão: H.C.S.S.R., de 16 anos, alvejado com 20 perfurações; e E.A.S., de 17 anos, com 6 perdurações. Próximo aos corpos, 25 capsulas 9 milímetros dão dimensão do tiroteio que aconteceu por ali. Outra vítima, Bruno Mendes Rodrigues, de 22 anos, chegou a ser atendido pelo SAMU com perfurações na perna e abdômen, mas não resistiu aos ferimentos e morreu já no centro médico, na UPA Jardim Teresópolis. Ainda pela manhã os corpos foram encaminhados para o Instituo Médico Legal (IML).

Na avenida Belo Horizonte, principal centro comercial do bairro, os comerciantes sentem na pele as consequências de viver sob o domínio de uma gangue do tráfico. “Atrapalha muito o comércio. Quando tem tiroteio ou algum crime como esse, a gente vê o movimento cair. Os moradores locais evitam de sair às ruas. E os clientes que são de bairros próximos têm medo de vir fazer compras”, afirma um funcionário que trabalha em um comércio na avenida e que teve seu nome preservado pela reportagem.

De acordo com outra comerciante que pediu anonimato, “os meninos”, que é como ela chama os integrantes da gangue, não costumam “mexer” com os lojistas. “Tem cinco anos que estou aqui e graças a Deus nunca aconteceu nada comigo e nem no meu estabelecimento. Mas já teve toque de recolher. E quando isso acontece, todo mundo fecha a loja. O que eles mandam, tem que fazer”, conta.

Um outro morador que também não quis ser identificado reclama da falta de policiamento. “Quando acontece esse tipo de crime, a polícia vem, passa com a viatura. Mas deveria ter policiamento mais intenso”, diz.

O caso, em específico, será investigado pela Polícia Civil. Até o fechamento dessa matéria, ninguém havia sido preso. Já, em relação à reclamação dos moradores da falta de policiamento, militares da 177ª Companhia da PM, responsável por aquele setor, disseram que duas equipes da Gepar (Grupo Especializado de Policiamento em Áreas de Risco) estão empenhadas diariamente no local. Um sargento da PM também chamou atenção para a importância de a população fazer denúncias pelo 181.