A cidade de Brumadinho, na região Central de Minas, parou nesta segunda-feira (25) para acompanhar os atos em homenagem aos dois anos do rompimento da barragem Córrego do Feijão, desastre que deixou 270 mortos - onze corpos continuam desaparecidos no meio da enxurrada de lama.
Flores, faixas e balões foram colocados no letreiro da entrada do município para lembrar todas as vítimas da catástrofe. Às 12h28, horário em que a estrutura ruiu, foi realizada uma chamada de todas as pessoas que perderam a vida no desastre. A cada nome, os manifestantes entoavam: ausente.
Na sequência, um minuto de silêncio foi feito em tributo às vítimas. Bexigas pretas (luto), brancas ((paz) e vermelhas em formato de coração foram soltas. Em todo o momento, os moradores clamavam por justiça. O Corpo de Bombeiros, que desde janeiro de 2019 faz buscas pelos desaparecidos, participou da solenidade tocando uma canção fúnebre. Uma carreata também saiu pelas ruas do município.
Bombeiros prestam homenagem às vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho na manhã desta segunda-feira (25), dia em que completam-se dois anos da tragédia. #Brumadinho2anos #brumadinho
— O Tempo (@otempo) January 25, 2021
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Mais tarde, o governador Romeu Zema (Novo) estará na cidade para participar dos tributos. Ele se encontrará com representantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum), na Base Bravo.
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Protestos
Os atos em homenagem aos dois anos da tragédia não ficaram restritos a Brumadinho. Em Belo Horizonte, um grupo protestou em frente ao Tribunal de Justiça, na avenida Afonso Pena. No local, os manifestantes cobraram mais rigor e rapidez no processo criminal. Até o momento, ninguém foi preso e não há culpados pelo desastre. Outras cidades, como Betim e São Joaquim de Bicas, também tiveram protestos e missas para marcar a data..
Responsável pela barragem que se rompeu, a Vale disse reconhecer sua responsabilidade na tragédia e alegou que "tem prestado assistência às famílias e regiões impactadas, buscando restaurar a dignidade e meios de subsistência, seja através de ações diretas nas regiões, seja através de acordos individuais com famílias das vítimas e atingidos"
Até o momento, a empresa garante que pagou cerca de 8.700 indenizações individuais. "A Vale considera fundamental reparar os danos causados de maneira justa e ágil e tem priorizado iniciativas e recursos para este fim", frisou. "A Vale continuará a cumprir integralmente sua obrigação de reparar e indenizar as pessoas, bem como de promover a reparação do meio ambiente, independentemente de haver condenação ou acordo. Até o momento, a empresa destinou cerca de R$10 bilhões para estes fins", destacou.