Após dois dias de manifestações, a Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) foi liberada para a circulação de trens e as viagens de BH para o Espírito Santo foram retomadas nesta quarta-feira (16). Na última segunda-feira (14), cerca de 500 pessoas interromperam a passagem do trem em Baixo Guandu, no Espírito Santo, em protesto contra a Samarco, uma das empresas responsáveis pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, em 2015.
Com a paralisação, o único trajeto feito pelo trem da Vale estava restrito à Minas Gerais, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, no Vale do Rio Doce. Segundo a Vale, por volta das 21h desta terça-feira (15), os manifestantes liberaram a linha férrea. Devido ao horário da liberação, a retomada nesta quarta-feira será parcial. O trem parte às 7h30 da capital mineira e completa o trajeto até Cariacica, no estado capixaba, mas a viagem no sentido contrário será limitada entre Governador Valadares e BH. A expectativa é que o trem volte a operar normalmente nesta quinta-feira (17).
Os protestos acontecem em decorrência de liminar concedida pela Justiça mineira em favor da Samarco em relação às indenizações repassadas a pessoas afetadas pelo rompimento de barragem ocorrido em Mariana, na região Central do Estado, em novembro de 2015. A decisão, proferida no dia 27 de dezembro de 2018, foi publicada na terça-feira (8).
O juiz Mário de Paula Franco Júnior entendeu que o lucro cessante – tipo de indenização que compreende a renda que os impactados receberiam por meio de seu trabalho caso a tragédia não tivesse ocorrido – deve ser descontado do auxílio financeiro emergencial (AFE).
A Fundação Renova declarou que “entende como legítima a manifestação em Baixo Guandu e está construindo um ambiente de diálogo para discutir o pleito dos atingidos”. Além disso, destacou ainda que a decisão liminar “não altera o pagamento do Auxílio Financeiro Emergencial”, mas que “reconhece que o AFE possui a mesma natureza jurídica dos lucros cessantes, na medida em que também se destina a reparar a perda de renda dos atingidos”, disse.