A suspeita do proprietário de uma Casa Lotérica de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, levou a Polícia Militar (PM) a prender, na tarde desta sexta-feira (7), três integrantes de uma quadrilha que usava carteiras de identidade falsas para sacar o auxílio emergencial do Governo Federal em nome de outras pessoas.
O trio era formado por um homem de 27 anos e duas mulheres, de 25 e 22 anos, sendo que dois deles foram detidos na lotérica, na estação do metrô do Eldorado, e uma das mulheres na casa de sua avó, no bairro São Mateus, também na cidade da Grande BH.
"O proprietário da lotérica suspeitou, após reconhecer os dois suspeitos, e disse para eles esperarem pois o sistema estava fora do ar, momento em que acionou o 190", detalhou o sargento Alexandre Bonifácio, da 84ª Companhia do Tático Móvel, do 39º Batalhão da PM.
Quando os militares chegaram ao estabelecimento, notaram o homem e a mulher mais nova deixando o local rapidamente, mas a dupla acabou sendo abordada. Com eles, os policiais encontraram sete carteiras de identidade, sendo cinco com nomes diferentes e a mesma foto da mulher e duas com o retrato do rapaz.
"Fomos entrevistando os suspeitos e eles confirmaram que compraram os documentos falsos da terceira suspeita, que tem um apartamento no bairro Cabral mas ficava na casa da avó", contou o policial.
A jovem foi localizada na casa da familiar e levou os militares até seu apartamento, onde foram encontradas uma nova carteira de identidade falsificada e materiais utilizados na produção dos documentos.
Quadrilha pode ser maior
Ainda de acordo com o sargento Bonifácio, após as prisões, os suspeitos contaram que uma outra pessoa da quadrilha também estava na lotérica, mas que ela conseguiu sacar R$ 1 mil e saiu antes da chegada da corporação. Uma quinta envolvida, que levava o grupo até as lotéricas, também não foi localizada.
"A suspeita mais velha confessou que dispensou um telefone celular e um pen drive, onde haveriam os dados das pessoas que teriam direito ao benefício federal. Com essas informações, ela montava as identidades com as fotos de outras pessoas", completou o militar.
Ainda conforme a PM, a quadrilha estaria fazendo de quatro a seis saques por dia com valores entre R$ 600 e R$ 1 mil. "Segundo o dono da lotérica o golpe vem acontecendo desde quando começou o auxílio. Este grupo ia em diversas lotéricas da Região Metropolitana, inclusive em BH", finaliza Bonifácio.
O trio preso e os materiais apreendidos foram conduzidos para a Polícia Federal (PF), que, agora, fará uma investigação na tentativa de identificar outros suspeitos.