Um tecido controlador térmico produzido a partir de uma pesquisa realizada dentro da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) conquistou o prêmio de Patente do Ano, concedido pela Associação Brasileira de Propriedade Intelectual (ABPI). O material, que esfria no calor e esquenta no frio, pode ser usado em roupas e equipamentos esportivos ou para confecção de uniformes usados por profissionais que trabalham sob o sol, como carteiros e garis.
A tecnologia foi desenvolvida dentro do Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais da UFMG, sob a coordenação do professor Rodrigo Oréfice. “Propusemos um tecido inteligente capaz de controlar a temperatura do corpo, dependendo da sua composição química. É uma invenção que orgulha nossas universidades”, afirmou o professor durante a premiação. Os outros inventores são a professora da Uemg Eliane Ayres e as pesquisadoras Rosemary Bom Conselho Salles e Priscila Ariane Loschi.
Segundo a pesquisadora Eliane Ayres, a tecnologia utilizada no mercado internacional é diferente e menos eficiente do que a solução encontrada pela universidade mineira.
“Se está muito frio, o produto libera calor, se está muito quente, absorve calor, possibilitando ao corpo manter a mesma temperatura. O problema é que essas cápsulas funcionam como medicamentos que têm paredes, o que acaba diminuindo a eficiência do material. Conseguimos dirimir essa deficiência com a nossa tecnologia”, afirma.
A patente concedida em 2021 foi ofertada pela Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica (CTIT) ao mercado e está sendo analisada por uma companhia de tecidos do interior de Minas Gerais.
O prêmio foi entregue no encerramento do 42º Congresso Internacional da Propriedade Intelectual, em São Paulo.