Pandemia

Um dia após recuo no comércio, centro de BH fica cheio na manhã deste sábado

Comerciantes de estabelecimentos não essenciais aproveitam dia para venda; a partir da próxima segunda-feira, eles precisarão fechar as portas

Por Carolina Caetano
Publicado em 27 de junho de 2020 | 12:03
 
 
 
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Um dia após a Prefeitura de Belo Horizonte recuar na abertura do comércio, o centro de Belo Horizonte ficou cheio na manhã deste sábado (27). A partir da próxima segunda-feira (29), estabelecimentos que não prestam serviços essenciais não poderão funcionar. 

Com seis lojas de armarinho e lingerie na capital mineira, Carlos Henrique Lopes, de 47 anos, está preocupado com o futuro do comércio. "No início da pandemia, nós fizemos um planejamento contando com 60 dias de fechamento, e agora essa surpresa. Estamos com gasto desnecessário e com as portas fechadas. A queda no faturamento é de 40%", explicou o empresário, que ficou um mês com as portas abertas. 

Segundo ele, após a decisão anunciada pelo prefeito Alexandre Kalil, o movimento aumentou. 

"Durante a abertura que nos foi concedida, o horário das 18h às 19h era um deserto. Ontem, depois da divulgação pelo prefeito o movimento foi maior", afirmou Lopes, que precisou demitir seis funcionários que estavam em fase de experiência. 

Aos 70 anos, dona Elisa Cássia saiu de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, para comprar no armarinho de Lopes, na rua São Paulo. 

"Vim correndo depois que vi na televisão que ia fechar 'tudo' outra vez. Preciso comprar uma linha e uma agulha e o preço aqui é melhor. Depois vou voltar para Santa Luzia", explicou a idosa, enquanto aguardava na fila.

Gilberto Santana é gerente em uma loja de têxtil também no centro da capital. O local tem 15 funcionários que, a partir de segunda, vão precisar ficar em casa.

"O prejuízo é incalculável. A gente tinha a esperança de manter a loja aberta, todo mundo quer isso. Jamais pensei que poderia recuar. Estamos conseguindo manter os funcionários, mas ficamos preocupados. Os clientes sumiram", afirmou. 

Corrida ao comércio

A médica Vânia Magalhães, de 60 anos, saiu de casa para comprar alguns produtos na Galeria do Ouvidor, e concordou com a medida adotada pela prefeitura. 

"Acho que é uma medida importante, mas outras coisas precisam ser feitas. O importante era não ter deixado o vírus entrar. Acho que as orientações básicas não são passadas corretamente, questão de higienização, de proteger os idosos. Todo o conjunto precisa ajudar", finalizou.

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