O acidente aéreo que matou a cantora Marília Mendonça e outras quatro pessoas completou um mês neste domingo (5) sem que nenhum representante da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) tenha sido ouvido no inquérito aberto pela Polícia Civil para apurar as causas da queda da aeronave em Caratinga (MG).
Na última coletiva de imprensa do delegado responsável pelas investigações, Ivan Lopes Sales, no dia 25 de novembro, a principal linha de investigação era que a queda tenha sido causada pela colisão da aeronave em uma torre de transmissão da Cemig - hipótese que ganhou força após o testemunho de um piloto que teria se comunicado com a aeronave e não ouviu relatos de problemas mecânicos.
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Ainda assim, a Cemig não foi chamada a prestar esclarecimentos nos autos da investigação nem pela Polícia Civil nem pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG) - que abriu uma investigação para apurar a instalação de torres de distribuição da Cemig em Caratinga. "Nenhum representante da Companhia foi chamado para prestar depoimento", informou a empresa.
Ainda por meio de nota, a Cemig também informou que "a Linha de Distribuição atingida pela aeronave prefixo PT-ONJ, no trágico acidente do dia 5/11, está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga, nos termos de Portaria específica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), do Comando da Aeronáutica Brasileiro".
Questionada se houve alguma alteração nas redes após o acidente aéreo, a Cemig não respondeu e informou que "as torres de distribuição da Cemig seguem rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras e a regulamentação em vigor". Também disse que "permanece à disposição das autoridades para os esclarecimentos necessários".
A outra linha de investigação da Polícia Civil diz respeito a problemas técnicos no avião. No entanto, segundo a corporação, ambas as hipóteses investigadas vão depender da investigação que está sendo realizada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O órgão não dá prazo para conclusão dessas investigações.
Confira a nota completa:
A Cemig esclarece que a Linha de Distribuição atingida pela aeronave prefixo PT-ONJ, no trágico acidente do dia 5/11, está fora da zona de proteção do Aeródromo de Caratinga, nos termos de Portaria específica do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), do Comando da Aeronáutica Brasileiro.
Reiteramos que a Cemig segue rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras e a regulamentação em vigor em todos os seus projetos.
A sinalização por meio de esferas na cor laranja é exigida para torres em situações específicas, entre elas estar dentro de uma zona de proteção de aeródromos, o que não é o caso da torre que teve seu cabo atingido.
A Cemig informa ainda que os obstáculos que constam no NOTAM não se referem à torre de distribuição que teve o cabo atingido. Um desses obstáculos é de outra torre que pertence à Cemig e que consta com esferas de sinalização na cor laranja, por estar dentro da zona de proteção do Aeródromo, conforme Normas Técnicas Brasileiras e a regulamentação em vigor.
As investigações das autoridades competentes irão esclarecer as causas do acidente. A Companhia mais uma vez lamenta esse trágico acidente e se solidariza com parentes e amigos das vítimas.
Com relação aos demais questionamentos, a Cemig reforça que as as torres de distribuição da Cemig seguem rigorosamente as Normas Técnicas Brasileiras e a regulamentação em vigor. A Cemig esclarece ainda que permanece à disposição das autoridades para os esclarecimentos necessários.