Um dos três hospitais temporários de Belo Horizonte para o atendimento exclusivo de pacientes com sintomas de arboviroses (dengue, chikungunya e zika) irá funcionar no terreno da Upa Norte. O anúncio foi feito pelo prefeito Fuad Noman (PSD) na noite desta segunda-feira (26). Além dessa unidade, outros dois deverão ser instalados na capital. Um no Centro de Especialidades Médicas, no prédio que pertence ao Ipsemg e onde também funciona a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Centro-Sul, e outro na região do Barreiro, em local a ser definido.
"Seguindo com as ações do Plano de Enfrentamento às Arboviroses, determinei a estruturação de um hospital de campanha no terreno da UPA Norte. A unidade será destinada ao atendimento de pessoas com sintomas de dengue, chikungunya e zika", publicou o prefeito. O chefe do executivo não informou quando a unidade deverá começar a funcionar. A expectativa, no entanto, é de que a estrutura esteja possa atender pacientes no começo do mês de março.
Seguindo com as ações do Plano de Enfrentamento às Arboviroses, determinei a estruturação de um hospital de campanha no terreno da UPA Norte. A unidade será destinada ao atendimento de pessoas com sintomas de dengue, chikungunya e zika. #dengue #arboviroses #bh #belohorizonte
— Fuad Noman (@fuadnoman) February 26, 2024
Conforme publicado por O TEMPO, os três hospitais temporários serão viabilizados a partir do decreto de emergência, publicado pela Prefeitura de Belo Horizonte no dia 17 de fevereiro. Os espaços são considerados pelo poder público como uma importante estratégia para garantir assistência médica à população.
Isso porque a procura por atendimento nas nove Upas da capital e nos 152 centros de saúde aumentou 25% nas duas primeiras semanas de fevereiro, quando se comparado ao mês de janeiro. Segundo levantamento, 35 mil pessoas procuraram por assistência médica até o dia 16 de fevereiro, quantidade superior aos 28 mil que buscaram atendimento no primeiro mês do ano.
As unidades fazem parte de uma parceria entre as secretarias municipal e estadual de saúde. "O Estado fará a gestão de equipamentos, como poltronas, suportes de soro, tudo para que a gente consiga abrir isso de imediato", informou o secretário estadual de saúde, Fábio Baccheretti, em entrevista para O TEMPO, no dia 20 de fevereiro. Na ocasião, o titular da pasta sinalizou um aumento do número de casos na capital durante as primeiras semanas de março.
"Teremos mais duas ou três semanas com muitos casos. É uma doença que sobe muito rapidamente, estressa os pronto-atendimentos e depois começa a cair. Por isso, nosso planejamento é para que tudo esteja disponível em até duas semanas", apontou o secretário.
De acordo com o último boletim epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal de Saúde no dia 23 de fevereiro, a capital possui 6.338 casos e sete mortes confirmadas por dengue. O levantamento mostra ainda 452 casos de chikungunya e um óbito. Em 2024, não foram notificados casos de zika.
A estrutura na Upa Norte
O hospital temporário vai funcionar em uma tenda de 320 metros quadrados. A estrutura foi cedida à Defesa Civil de Minas por meio de uma parceria entre os governos de Minas Gerais e dos Estados Unidos durante a pandemia da covid-19, com intermediação da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sede).
“Uma vez montada, essa estrutura de resposta a desastres estará à disposição do município, de forma que ela consiga ampliar sua capacidade de resposta e dar um melhor atendimento à população”, explica o major Luís Antônio e Silva, superintendente de Gestão de Desastres da Defesa Civil.
A estrutura conta com cinco tendas modulares, 40 macas e um sistema refrigerado - com pias de água aquecida e energia para equipamentos médicos e aparelhos de ar-condicionado. A energia para manter o sistema de iluminação e refrigeração é proveniente de ligação direta à energia elétrica, podendo acionar o sistema de geradores em caso de falta.
A tenda que será implantada na Upa Norte foi utilizada pela primeira vez um hospital de campanha em Unaí, Noroeste de Minas. Ela foi instalada para atender pacientes da Covid-19 por causa da superlotação em hospitais da região.