Brumadinho

Vereador questionou segurança da barragem um mês antes do rompimento

O documento, protocolado e enviado para a mineradora, porém, não foi respondido

Por Thalita Marinho e Paulo Cézar do Nascimento
Publicado em 04 de fevereiro de 2019 | 11:53
 
 
 
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Um mês antes do desastre em Brumadinho,  que já matou pelo menos 121 pessoas e deixou outras 212 desaparecidas, um vereador da cidade questionou a segurança do complexo minerário da Vale em torno do Córrego do Feijão. 

Caio César Braga (PTB) enviou um ofício à empresa questionando as condições de segurança do complexo. O documento, protocolado e enviado para a mineradora, porém, não foi respondido.  

O ofício, direcionado a Vale, foi entregue por Braga no dia 19 de dezembro.

A decisão, segundo o parlamentar, foi tomada em decorrência do medo de rompimento da estrutura, que ficou maior quando a barragem de Fundão, em Mariana, também se rompeu. 

 
“Como a  gente sabia do tamanho dessa barragem, pelo relato de funcionários, eu pensei no que eu poderia fazer esse questionamento enquanto vereador. Eu fui com os técnicos da Vale para fazer uma vistoria no local. Conversei com funcionários sobre prevenção de acidentes e, no local, vi apenas um dreno de água, o que eu achei ser normal, explicou Braga. 

O documento questionava ainda a existência de um programa de segurança e prevenção de acidentes e treinamentos junto às comunidades próximas às regiões possivelmente afetadas por um rompimento.

 Durante a visita, os técnicos da Vale mostraram ao vereador um aparelho capaz de medir a pressão do solo e alertar sobre um eventual problema. Na ocasião, os funcionários disseram ao vereador que o equipamento trabalhava com precisão. 

Agora, Caio César Braga pretende acionar o Ministério Público se as perguntas não forem respondidas até semana que vem.

“Eles mataram a minha cidade. Aqui todos se conhecem. A cidade acabou", disse. 

Sobre o medo dos moradores em relação ao um novo rompimento de barragem, o vereador afirma que a população está muito assustada.

Já sobre o impacto na economia da cidade, Braga fez um apelo aos empresários. “Nós fazemos um apelo para que novas empresas venham até Brumadinho. Nós perdemos 30% da população produtiva, os impactos não param”, reforçou. 

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