Manifestação

Vídeo: Amigos de motorista morto por delegado protestam em Belo Horizonte

“Queremos cobrar por Justiça, disse uma amiga de Anderson que participa do ato; homenagem vai encerrar no local do crime

Por Alice Brito e Vitor Fórneas
Publicado em 27 de julho de 2022 | 16:11
 
 
 
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Motoristas de caminhão reboque realizam na tarde desta quarta-feira (27) manifestação cobrando a investigação das autoridades pela morte de Anderson Melo, de 44 anos, por um delegado da Polícia Civil de Minas Gerais, no Complexo da Lagoinha. Mais de 100 veículos participam do ato que teve início no Anel Rodoviário.

Em entrevista à reportagem de O TEMPO, uma amiga de Anderson, que participa do ato, conta sobre a reivindicação do grupo. “Queremos que não seja feita injustiça igual está acontecendo neste momento. Está havendo distorção dos fatos, cobertura das evidências. O delegado já foi liberado alegando que agiu em legítima defesa. O Anderson nem teve tempo de reagir”, disse em anonimato.

A atitude do delegado é duramente criticada pelo grupo de manifestantes. “O delegado atirou para matar e não intimidar”. Os amigos de Anderson criticam a liberação do delegado e a demora para o Instituto Médico Legal (IML) fazer o mesmo com o corpo do motorista.

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“Queremos cobrar por Justiça. O delegado tem que estar preso. Nós nem conseguimos enterrar o nosso amigo ainda. O IML não liberou o corpo. O assassino está solto: almoçando e jantando com a família e bem provável rodeado de advogados”, complementa.

Após percorrer as ruas de Belo Horizonte, os motoristas farão um buzinaço no local onde Anderson foi baleado e morto. Na sequência, o comboio vai seguir pela BR-381, até chegar em Igarapé, na região metropolitana de Belo Horizonte.

 

 

A homenagem será encerrada em frente ao cemitério onde o corpo de Anderson será velado e sepultado. “Estamos com 100 caminhões e todos plotados com faixa preta de luto. O Anderson era querido por todos nós. Só saia para o trabalho e a igreja. Era o provedor da família. Deixa esposa, quatro filhos e um neto”, finalizou.

O TEMPO questionou a Polícia Civil sobre o motivo do corpo ainda não ter sido liberado. A instituição informou, às 17h16, que após o corpo ter sido submetido a "exames cabíveis". "Encontra-se liberado aguardando a retirada pelos familiares".

Relembre o caso

Anderson Cândido Melo foi morto na tarde de terça-feira (26), no Viaduto Oeste, no Complexo da Lagoinha. O delegado envolvido estava em uma viatura descaracterizada quando teria sido fechado pelo caminhão, o que deu início a uma discussão.

Após algum tempo, o policial teria atravessado a viatura na frente do reboque da vítima e efetuou um único disparo, que atingiu o pescoço do homem. A vítima chegou a ser socorrida para o Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde passou por um procedimento cirurgico. No entanto, ele não resistiu e veio a óbito no local. A vítima deixa quatro filhos, sendo três meninas e um menino.

Ainda na tarde desta quarta, motoristas de caminhão reboque realizaram uma carreata em manifestação para cobrar que as autoridades investiguem devidamente o assassinato de Anderson Melo pelo policial. O corpo do motorista assassinado também foi liberado do IML de BH na tarde de quarta, quase 24h depois da morte. 

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